17/Oct/2025
O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) espera que as condições climáticas continuem favoráveis a mais uma safra de grãos em Mato Grosso. A previsão é de colheita de 47,184 milhões de toneladas de soja em 2025/2026, queda de 7,29% ante 2024/2025, e 51,719 milhões de toneladas de milho, queda de 6,7%. A menor safra deve-se ao retorno da produtividade às médias históricas, mas que mesmo assim pode ser recorde. O plantio da safra já começou com o cultivo de soja nas principais regiões produtoras do Estado. A expectativa é que o ritmo acelere nas próximas semanas com o aumento das chuvas. Até o dia 10 de outubro, o Estado havia semeado 21,22% da área prevista, avanço de 6,19% em uma semana e adiantamento de 12,41% em comparação com igual período da temporada anterior. Até o momento, não há preocupação quanto à janela de plantio do milho 2ª safra de 2026. O alerta maior é quanto à confirmação do La Niña, que pode se refletir no desenvolvimento da 2ª safra de milho porque as chuvas tendem a começar mais cedo e podem afetar o fim do ciclo do cereal.
O fenômeno climático não costuma ter condições definidas no Estado, diferentemente do que ocorre na Região Sul, mas há impactos no alongamento ou encurtamento do ciclo das plantas. É preciso monitorar a intensidade. Para a soja, o Imea prevê área plantada de 13,008 milhões de hectares (alta anual de 1,67%) com produtividade de 60,45 sacas de 60 Kg por hectare ante 66,29 sacas de 60 Kg por hectare colhidas em 2024/2025, retração anual de 8,81%. Para o milho, a estimativa de plantio é de 7,392 milhões de hectares (aumento anual de 1,83%), com rendimento de 116,61 sacas de 60 Kg por hectare ante 127,27 sacas de 60 Kg por hectare do último ciclo, recuo de 8,38% entre os anos-safra. A produtividade deve voltar às médias históricas, após rendimentos excepcionais na temporada passada. Deve haver maior clareza quanto à safra a partir de meados de dezembro. A rentabilidade das lavouras deve ficar também próxima à média histórica para soja e milho, com tendência de preços estáveis de grãos.
Os preços praticados nos contratos futuros de soja, milho e algodão estão próximos aos comercializados na safra anterior. A tendência é de manutenção nas cotações. Com isso, a rentabilidade deve ficar próxima às médias históricas, mas abaixo da passada, que foi impulsionada pelo aumento da produtividade. Em relação à demanda pelos grãos do Estado, o Imea vê como um componente em aberto a extensão ou não da guerra comercial entre China e Estados Unidos e o consequente apetite chinês pelos grãos brasileiros. A exportação representa 60% do consumo da soja e 60% desse volume vai para a China. O grande desafio é projetar o impacto direto de uma eventual aproximação sino-americana, caso ela venha a ocorrer, mas é um risco quanto à eventual redução de exportações e para a queda dos preços internos. Mato Grosso deve exportar 29,33 milhões de toneladas de soja e 26,10 milhões de toneladas de milho no ciclo atual. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.