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16/Oct/2025

Etanol de Milho: preço deve recuar em 2026/2027

Segundo a StoneX, o etanol de milho deve atingir 11,4 bilhões de litros na safra 2026/2027 e representar 32% da produção do Centro-Sul, principal região produtora do País. O avanço do grão deve levar o Brasil a um volume total recorde de 36 bilhões de litros. Com mais oferta, os preços médios do etanol hidratado no mercado entre usinas e distribuidoras de São Paulo devem cair R$ 0,15 por litro, para R$ 3,23 por litro. O cenário de 2026/2027 será completamente diferente do atual e o País deve alcançar uma produção recorde de etanol. Antes da queda, o último trimestre de 2025 e o início de 2026 devem registrar preços mais altos. O etanol hidratado deve chegar a R$ 3,60 por litro entre janeiro e fevereiro de 2026, período de entressafra. A paridade, que mede quanto o etanol representa em relação à gasolina nas bombas, deve superar 70% em dezembro, nível em que a gasolina tende a compensar mais para o consumidor.

Esse movimento pode representar o último momento de preços elevados antes do início da próxima safra. O aumento recente é explicado por três fatores principais. O primeiro é a elevação da mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina comum de 27% para 30%, em vigor desde agosto, o que adiciona mais de 700 milhões de litros de consumo até o fim do ciclo. O segundo é a queda de quase 10% na produção total até setembro, com recuo de 15% no etanol de cana-de-açúcar. O terceiro é o nível baixo de estoques no Centro-Sul, hoje mais de 25% menor que um ano antes. A StoneX projeta estoques de passagem próximos de 1,5 bilhão de litros ao final da safra 2025/2026, o menor volume em 8 anos. A retração do etanol de cana-de-açúcar é resultado de três fatores combinados.

O primeiro é o maior direcionamento da cana-de-açúcar para a produção de açúcar, conhecido como mix açucareiro. O segundo é a menor qualidade da matéria-prima, medida pelo Açúcar Total Recuperável (ATR), influenciada por clima e estratégia de colheita. O terceiro é a redução na moagem provocada pelas queimadas de 2024. Por outro lado, o etanol de milho cresce cerca de 20% nesta safra e ajuda a compensar parte das perdas. Para 2026/2027, a StoneX prevê recuperação da produção de etanol de cana-de-açúcar e incremento de 1,7 bilhão de litros na produção a partir do milho. A consultoria projeta normalização do ATR, aumento da moagem e leve redução do mix açucareiro, estimado em 51,3%, ante 51,5% na safra atual. O etanol tende a se manter mais competitivo que o açúcar nos preços vigentes.

A expansão do etanol de milho é sustentada por margens operacionais próximas de 40% em Mato Grosso, equivalentes a cerca de R$ 1,20 por litro, enquanto as usinas de cana-de-açúcar em São Paulo operam com margens médias próximas de R$ 0,30 por litro. Essa rentabilidade elevada justifica o número crescente de projetos na Região Centro-Oeste e em novas fronteiras agrícolas. Atualmente, o País tem cerca de 30 usinas de etanol de milho, sendo 9 flex, que utilizam cana-de-açúcar e milho. A primeira usina de grande porte do Norte/Nordeste, da Inpasa, em Balsas, no Maranhão, entrou em operação no início do ano. Outra unidade da empresa será inaugurada em dezembro em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia. Até 2029, estão previstos pelo menos 36 novos projetos de etanol de milho, com destaque para a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Caso todos sejam concluídos até 2028, a capacidade nacional poderá atingir cerca de 23 bilhões de litros. Nas Regiões Norte e Nordeste, o milho já deve responder por quase 45% da produção regional de etanol em 2025/2026. A demanda deve absorver parte da nova oferta. O aumento da mistura de etanol anidro para 30% vai vigorar durante todo o ciclo 2026/2027, elevando o consumo. A projeção de participação média do etanol hidratado nas bombas é de 28% no próximo ano-safra. Para calcular a paridade, foi considerado o reajuste de R$ 0,10 por litro no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da gasolina C a partir de janeiro, parcialmente compensado por uma possível redução dos preços da gasolina vendidos pela Petrobras, alinhando o mercado interno ao externo. Com isso, a paridade deve cair cerca de 2% na próxima safra. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.