14/Oct/2025
O mercado de milho deve continuar operando perto da estabilidade nos próximos dias. O cenário combina boas exportações, demanda aquecida por etanol e ração e um câmbio mais favorável, mas sem espaço para altas consistentes. O dólar ganhou força e ajuda a manter o ritmo das exportações, mas o milho norte-americano ainda está mais competitivo. O desempenho de setembro, quando o Brasil embarcou mais de 8 milhões de toneladas, deve se repetir parcialmente em outubro, com line-ups fortes e fluxo constante nos portos. O Real foi uma das moedas que mais perderam espaço nos últimos dias, e isso melhora a paridade de exportação, ainda que as margens continuem apertadas.
No mercado interno, os produtores seguem retendo parte da oferta, enquanto indústrias e frigoríficos mantêm compras pontuais. As usinas de etanol de milho e os grandes grupos de proteína animal estão comprando conforme a necessidade, sem formar estoques longos. O mercado esperava uma queda maior neste segundo semestre, mas isso não ocorreu. A demanda doméstica segue firme e ajuda a sustentar as cotações. O último trimestre do ano deve manter o mesmo padrão. Se o dólar se estabilizar, pode haver alguma pressão negativa. Mas se seguir valorizado e as exportações continuarem fortes, o milho deve encerrar o ano nesse platô de preços.
No Paraná, na região de Curitiba, as negociações são pontuais, com o mercado praticamente sem reação. Os compradores indicam R$ 70,00 por saca de 60 Kg CIF, para retirada imediata e pagamento em 30 dias, mas os produtores indicam R$ 75,00 por saca de 60 Kg FOB. Os compradores estão resistentes em elevar as ofertas. Os preços seguem sem grandes oscilações, com produtores cautelosos diante do mercado interno pouco aquecido e da lentidão das exportações. Isso mantém as negociações restritas. Para safra 2025/2026, as negociações acontecem em ritmo lento, visto que o plantio da safra começou há pouco tempo.
Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, a comercialização de milho está regionalizada e concentrada na demanda do setor de confinamento. Fábricas de ração e tradings indicam entre R$ 53,00 e R$ 54,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento no mês vigente. Os produtores indicam acima de R$ 58,00 por saca de 60 Kg. Os compradores indicam nesta posição, mas com pagamento longo, o que não interessa para o vendedor. Quanto à safra 2025/2026, a comercialização ainda "patina". Tradings indicam entre R$ 50,00 e R$ 51,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em julho e pagamento em agosto de 2026. Os vendedores indicam R$ 60,00 por saca de 60 Kg, em iguais condições.