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06/Oct/2025

Preços do milho estão firmes no mercado interno

As exportações brasileiras de milho se intensificaram em setembro, com o volume escoado na parcial do mês já superando em 3% o total do mesmo período de 2024. A melhora no ritmo de embarque se deve a negócios feitos antecipadamente, tendo em vista que a liquidez nos portos está mais nos últimos dias. Por sua vez, a atual lentidão nos portos se deve ao fato de os preços nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP) estarem operando bem próximos aos praticados no mercado nacional, reduzindo, portanto, o interesse de vendedores em novas efetivações para exportação. Em setembro, a média dos valores do milho no Porto de Paranaguá esteve apenas R$ 0,82 por saca de 60 Kg acima do Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP). No Porto de Santos, a diferença é de apenas R$ 0,68 por saca de 60 Kg. Como comparação, no mesmo período de 2024, os valores médios nos portos estavam R$ 2,00 por saca de 60 Kg acima do Indicador.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações em setembro (parcial, considerando-se os primeiros 20 dias úteis) somaram 6,6 milhões de toneladas, acima do volume registrado no mesmo mês do ano passado, mas ainda 3% abaixo da quantidade de agosto/2025. Na safra 2024/2025 (de fevereiro/2025 a parcial de setembro/2025), os embarques totalizam 18,8 milhões de toneladas, 4% abaixo do volume escoado no mesmo período de 2024. Para as próximas semanas, o ritmo de embarques pode voltar a diminuir. Isso porque o cereal brasileiro deve enfrentar uma forte competição com a entrada da safra recorde do Estados Unidos. Em setembro, os preços do milho no Porto de Paranaguá estiveram 25% superiores aos dos Estados Unidos (foi considerado o primeiro contrato em aberto na CME Group). Em 2024, os valores do Brasil estavam 21% acima dos norte-americanos. No caso da Argentina, as cotações no Porto de Paranaguá em setembro superaram em 1,7% as do país vizinho, ao passo que, no mesmo mês de 2024, a média no porto brasileiro estava 0,7% abaixo da argentina.

Agora, as cotações nos portos estão entre R$ 65,00 e R$ 66,00 por saca de 60 Kg nos portos de Paranaguá e Santos. No mercado interno, os preços estão firmes, sustentados pela retração de vendedores. Esses agentes limitam o volume ofertado no spot nacional, apostando em valorizações, fundamentados nas exportações e nas pontuais preocupações climáticas. A falta de chuvas pode vir a prejudicar a safra de verão (1ª safra 2025/2026). No entanto, os consumidores internos também não mostram necessidade de compras expressivas para recompor estoques, o que limita a valorização. O Indicador ESALQ/BM&F registra avanço de 0,3% nos últimos sete dias, a R$ 64,57 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os valores se mantêm estáveis no mercado balcão (valor pago ao produtor) e com leve alta de 0,1% no mercado de lotes (negociações entre empresas). No mercado futuro (B3), acompanhando as quedas dos preços externos e do dólar os vencimentos estão em baixa. Nos últimos sete dias, os vencimentos Novembro/2025 e Janeiro/2026 apresentam queda de respectivos 1,2% e 1%, fechando a R$ 65,71 por saca de 60 Kg e a R$ 68,28 por saca de 60 Kg.

Beneficiados pelos dias secos e boa luminosidade, além do retorno das chuvas, os produtores seguem avançando com a semeadura da safra de verão (1ª safra 2025/2026 na Região Sul do País. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou que a área média nacional semeada chegou a 26,7% até o dia 27 de setembro, avanço semanal de 5,9% e ainda acima dos 23,6% da média dos últimos cinco anos. No Paraná, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), 77% da área estadual estimada já foi implantada até o dia 29 de setembro. A qualidade das lavouras supera a verificada no mesmo período de 2024. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, a semeadura soma 72% da área estimada, avanço de 10% em relação à semana anterior e, até o momento, todas as lavouras estão em desenvolvimento vegetativo. Em Santa Catarina, a Conab relata que a semeadura somava 64% da área até o dia 27 de setembro. Quanto à 2ª safra de 2025, resta apenas o Paraná para finalizar a colheita, que, por sua vez, chegava, até o dia 27 de setembro, a 99,6% da área nacional, segundo a Conab.

Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros de milho acumulam quedas, pressionados por dados indicando estoques acima do aguardado por agentes. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as reservas de milho até 1º de setembro de 2025 somavam 38,91 milhões de toneladas, superando as expectativas de agentes, mas ainda abaixo das 44,78 milhões de toneladas do mesmo período do ano passado. As desvalorizações, no entanto, foram contidas pela forte demanda internacional e pela retração de vendedores nos Estados Unidos. Nos últimos sete dias, os vencimentos Dezembro/2025 e Março/2026 registram recuo de 0,9% cada, passando para, respectivamente, US$ 4,21 por bushel e US$ 4,38 por bushel. Na Argentina, relatório divulgado no dia 2 de outubro pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires mostra que 19,8% dos 7,8 milhões de hectares estimados para a safra 2025/2026 foram semeados. A estimativa de colheita foi elevada em 18,4% a, agora apontada em 58 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, a colheita da safra 2025/2026 segue avançando. Segundo relatório do USDA, cerca de 18% da área havia sido colhida até o dia 28 de setembro, apenas 1% abaixo da média dos últimos cinco anos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.