29/Sep/2025
Os preços domésticos do milho apresentam movimentos distintos dentre as regiões, mas as quedas prevalecem. O cenário de desvalorizações reflete sobretudo a retração de demandantes, que indicam ter estoques para o consumo imediato. As compras têm sido pontuais. As quedas nos valores acabam sendo limitadas pela postura de vendedores, que, focados na semeadura da safra de verão (1ª safra 2024/2025) e com parte da 2ª safra de 2025 armazenada, negociam com menor intensidade. Nos portos, as valorizações do dólar e externa dão suporte aos preços. Ainda assim, os patamares nos portos seguem abaixo do esperado por agentes.
Quanto ao volume escoado, neste mês, os envios estão um pouco mais intensos, mas ainda precisam ganhar mais ritmo para conseguir alcançar as estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para esta safra 2024/2025, que prevê exportações de 40 milhões de toneladas, mas, até o momento saíram dos portos brasileiros 17 milhões de toneladas (de fevereiro/2025 até esta parcial de setembro/2025). Vale lembrar que o Brasil tem um excedente acima de 52 milhões de toneladas, ao passo que o cenário global indica oferta elevada nos outros produtores mundiais, Estados Unidos e Argentina, o que, por sua vez, pode deixar as cotações nos portos nacionais menos atrativas.
Por enquanto, os valores No Porto de Paranaguá (PR) operam acima dos da Argentina e dos Estados Unidos. No mercado externo, o aumento se deve à forte demanda pelo cereal norte-americano, a preocupações com a qualidade das lavouras dos Estados Unidos e à previsão de clima quente e seco no Meio Oeste daquele país. As altas internacionais são limitadas pela previsão de colheita recorde nos Estados Unidos e pela suspensão temporária das taxas de exportação de grãos por parte da Argentina, segundo a Bolsa de Rosário (no dia 25 de setembro, as retenciones foram retomadas). Os dois países são responsáveis por 56% das exportações mundiais na safra 2025/2026.
Nos últimos sete dias, os preços apresentam leve baixa de 0,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&F registra recuo de 1,5% nos últimos sete dias, passando para R$ 64,36 por saca de 60 Kg. Na parcial do mês, o acumulado é positivo em leve 0,1%. No mercado futuro, os valores são pressionados pela ampla oferta mundial do cereal, que pode limitar a demanda externa pelo milho brasileiro. Os vencimentos Novembro/2025 e Janeiro/2026 apresentam desvalorização de 1% nos últimos sete dias, fechando respectivamente a R$ 66,52 por saca de 60 Kg e a R$ 69,27 por saca de 60 Kg.
Na Bolsa de Chicago, o vencimento Dezembro/2025 registra leve avanço de 0,47% nos últimos sete dias, a US$ 4,25 por e o Março/2026 tem alta de 0,17%, a US$ 4,42 por bushel. Considerando-se os 15 dias úteis de setembro, foram embarcadas 4,73 milhões de toneladas de milho, já representando 73% de todo o volume exportado em setembro de 2024. Quantos aos valores nos portos, refletindo as altas do dólar e dos preços internacionais, as cotações nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) apresentam alta de 0,6% e 0,8% nos últimos sete dias. A semeadura da safra de verão (1ª safra 2025/2026) segue intensa, chegando a 20,8% da área nacional até o dia 20 de setembro, avanço semanal de 6,1% e acima dos 18,2% da média das últimas cinco safras, segundo a Conab.
No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indica que, do total de área prevista para a safra de verão (1ª safra 2025/2026), 64% já foram semeadas, com 99% das lavouras em boas condições até o dia 22 de setembro. No Rio Grande do Sul, dados da Emater-RS apontam que, até o dia 25 de setembro, a semeadura atingiu 62% da área esperada, avanço semanal de 10%. Em Santa Catarina, a Conab relata que, com as condições climáticas favoráveis, a semeadura chegou a 35% da área estadual. Quanto à 2ª safra de 2025, restando apenas o Paraná para finalizar, a colheita tem média nacional de 99,6% até o dia 20 de setembro, segundo a Conab.
No Paraná, o Deral/Seab indica que restava apenas 1% para ser colhido até o dia 22 de setembro; e, apesar das secas e das geadas, a produtividade média está dento do esperado. Na Argentina, a semeadura da safra 2025/2026 está adiantada nas regiões de Córdoba, Santa Fé e Entre Ríos e já alcançou 12,3% da área total, projetada em 7,8 milhões de hectares. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 66% da safra norte-americana apresentava condição entre boa e excelente no dia 21 de setembro, contra 67% na semana anterior. Quanto à colheita, 11% da safra já foi retirada, ante 13% no mesmo período do ano passado. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.