22/Sep/2025
Depois de atravessarem boa parte do ano registrando desempenho abaixo do esperado, as exportações brasileiras de milho estão ganhando um pouco mais de ritmo em setembro. Nos 10 primeiros dias úteis deste mês, foram embarcadas 3,05 milhões de toneladas do cereal, o que representa praticamente metade de todo o volume escoado em setembro de 2024. No acumulado da temporada (de fevereiro/2025 a parcial de setembro/2025), a quantidade exportada soma 15 milhões de toneladas, contra 19 milhões do mesmo período do ano anterior. A reação dos embarques já era aguardada por agentes. Além de o segundo semestre tipicamente ser marcado pelo aquecimento nas vendas externas, a colheita de uma safra recorde tem levado os produtores a intensificarem os negócios para exportação. Apesar da recente desvalorização do dólar, os preços nos portos estão firmes. No mercado interno, os vendedores seguem cautelosos, limitando a disponibilidade para consumidores domésticos e ofertando lotes a preços mais altos.
Assim, mesmo diante de uma oferta elevada, os compradores com mais necessidade de aquisição esbarraram em patamares elevados. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra leve alta de 0,6% nos últimos sete dias, cotado a R$ 65,33 por saca de 60 Kg. Nesta parcial de setembro, o Indicador registra média de R$ 64,92 por saca de 60 Kg, a maior em três meses e com avanço de 1,7% em relação à média de agosto. Nos últimos sete dias, observa-se pequena baixa de 0,2% nos preços no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e alta de 0,6% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No mesmo período, nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), os preços se mantêm em R$ 65,00 por saca de 60 Kg. No campo, os a gentes estão atentos ao avanço nos trabalhos. Para a safra de verão (1ª safra 2025/2026), as atividades estão concentradas na Região Sul do País. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou que a semeadura chegou a 14,7% da área nacional até o dia 13 de setembro.
No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontou que 44% da área esperada havia sido semeada, forte avanço de 20% entre os dias 8 e 15 de setembro. No Rio Grande do Sul, a semeadura avança em ritmo satisfatório e já chegou a 53% da área estadual, segundo os dados da Conab do dia 13 de setembro. Em Santa Catarina, a semeadura está em fase inicial, somando 15% da área. Quanto à 2ª safra de 2025, 99,1% das lavouras foram colhidas até o dia 13 de setembro, segundo a Conab. Faltam apenas 0,4% e 1% e 4% das respectivas áreas de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná para serem finalizadas. A Conab divulgou as primeiras estimativas para a temporadas 2025/2026, apontando leve redução de 1% na produção nacional total. Essa queda ocorre devido à menor produtividade da 2ª safra de 2026. No agregado das três safras, o Brasil produzirá 138,28 milhões de toneladas. Para safra de verão (1ª safra 2025/2026), a estimativa de produção é de 25,07 milhões de toneladas, 0,6% superior à temporada anterior.
Para 2ª safra de 2026, deve ocorrer redução de 1,4%, totalizando 110,47 milhões de toneladas, enquanto a 3ª safra de 2026 teve sua produção mantida em 2,72 milhões de toneladas. Assim, considerando-se os estoques iniciais, a produção e as importações, a disponibilidade da temporada 2025/2026 passa a ser projetada em 152,72 milhões de toneladas. O consumo deverá ser de 94,56 milhões de toneladas, 4% superior ao da temporada 2024/2025, devido ao crescente aumento para produção de etanol. As exportações também subiram para 46,5 milhões de toneladas, e as importações estão estimadas em 1,7 milhão de toneladas. Com isso, ao final da temporada, os estoques devem totalizar 11,66 milhões de toneladas, semelhantes às 12,74 milhões de toneladas em 2024/2025. Nos Estados Unidos, os preços também acumulam altas, influenciados pela leve piora na qualidade das lavouras do país e pelo avanço mais lento que previsto da colheita. No entanto, as altas são contidas por estimativas apontando safra recorde nos Estados Unidos.
Com isso, na Bolsa de Chicago, o vencimento Dezembro/2025 registra alta de 0,95% nos últimos sete dias, a US$ 4,23 por bushel. No campo norte-americano, a colheita chegou, até o dia 14 de setembro, a 7% da área nacional, 1% menor que o mesmo período de 2024. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura da temporada 2025/2026 alcançou, até o dia 18 de setembro, 6,2% da área. Em termos mundiais, em 2025/2026 serão produzidas 1,286 bilhão de toneladas, acima das 1,228 bilhão de toneladas da temporada anterior. O destaque segue com a produção norte-americana de milho na safra 2025/2026 em volume recorde, agora de 427,11 milhões de toneladas. Para o Brasil e a China, as previsões são de 131 milhões de toneladas e de 295 milhões de toneladas, respectivamente. A Argentina deve colher 53 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.