16/Sep/2025
Segundo o BTG Pactual, as exportações brasileiras de milho ganharam ritmo em agosto, com embarques de 6,84 milhões de toneladas, alta de 13% ante igual mês de 2024, mas a forte performance das vendas externas norte-americanas continua a colocar desafios ao Brasil. Os embarques do milho brasileiro ganharam volume em agosto, conforme a colheita foi avançando nos grandes centros produtores. O desempenho do mês foi importante para dissipar os temores de que o programa de exportação atual repetisse a performance da safra 2020/2021, quando o Brasil embarcou apenas 21 milhões de toneladas. Para o ciclo atual, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta 40 milhões de toneladas. A análise dos principais destinos mostra a importância de Irã, Egito e Vietnã nesse início de campanha, os três somando praticamente 50% do total embarcado até agosto.
A julgar pelo histórico dos últimos anos, os três países devem continuar a responder por boa parte do contingente embarcado entre setembro e dezembro. A visão é positiva para Egito e Vietnã. No Egito, o milho tem papel central na alimentação animal, especialmente na avicultura, com consumo total projetado em 15,8 milhões de toneladas para 2025/2026. No Vietnã, a produção doméstica em queda estrutural cobre apenas uma fração da demanda estimada em 16,9 milhões de toneladas. A preocupação reside nos volumes recordes de milho norte-americano embarcados por Japão e Coreia do Sul ao longo de 2025, especialmente nos volumes já contratados da safra nova norte-americana 2025/2026.
O Brasil briga com os Estados Unidos por essa demanda de JKT (Japão, Coreia do Sul e Taiwan). Fatores que favorecem o milho norte-americano incluem competitividade FOB, fraqueza do dólar globalmente (índice DXY caiu 10% desde o início do ano) e o tamanho recorde da safra nos Estados Unidos para 2025/2026. Os Estados Unidos foram o FOB mais competitivo entre as principais origens ao longo de boa parte do ano. A colheita brasileira de milho 2ª safra de 2025 atingiu 98% da área total, acima da média dos últimos cinco anos (97%), com revisão altista na produção de 7,7 milhões de toneladas entre os levantamentos de setembro e julho da Conab, para total de 140 milhões de toneladas na safra 2024/2025. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.