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12/Sep/2025

EUA: projeção para relatório de setembro do USDA

Segundo a StoneX, a expectativa em relação ao relatório de oferta e demanda mundial de grãos a ser divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) nesta sexta-feira (12/09) é de ajuste nos rendimentos de milho e soja norte-americanos após a estimativa elevada de agosto. Historicamente, quando o USDA traz números recordes em agosto, há tendência de redução de setembro até janeiro. Este pode ser o primeiro corte. Em agosto, o USDA projetou produtividade de 11,85 toneladas por hectare no milho e 3,60 toneladas por hectare na soja, patamares recordes. Desde então, o clima menos favorável e relatos de doenças derrubaram a condição das lavouras para 68% de bom a excelente no milho e 64% na soja. Ainda estão acima da média de cinco anos, de 57% e 59% respectivamente, mas houve queda nas classificações. O mercado, que antes esperava cortes mais agressivos, hoje aposta em ajuste moderado. Levantamentos recentes indicam produtividade entre 11,69 e 11,77 toneladas por hectare no milho e entre 3,58 e 3,62 toneladas por hectare na soja.

Além da produtividade, a atenção se volta para os estoques. Uma safra menor poderia reduzir os volumes finais, mas o USDA pode cortar também a demanda, principalmente nas exportações de soja. Em agosto, a China, maior compradora mundial, importou 12,28 milhões de toneladas, recorde para o mês, sem adquirir um único grão dos Estados Unidos. A janela de oportunidade para os Estados Unidos venderem para a China é normalmente de setembro a janeiro. Quanto mais atrasa o início dessa janela, pior para os produtores norte-americanos. Nesse cenário, os estoques podem cair menos do que se imaginava. A demanda interna por farelo nos Estados Unidos continua firme e deve garantir alguma redução nos estoques domésticos. No milho, a colheita nos Estados Unidos avança lentamente, com 4% da área colhida, mas o clima quente e seco deve acelerar os trabalhos e trazer pressão sobre as cotações. Na Ucrânia, a produção é estimada entre 29 e 31,3 milhões de toneladas. No Brasil, o plantio do milho safra de verão (1ª safra 2024/2025) alcança 12% da área, abaixo dos 15% registrados no mesmo período do ano passado.

Na Europa, a França manteve 62% das lavouras em boas condições, com expectativa de safra entre 55 e 59 milhões de toneladas. No trigo, a Argentina concluiu o plantio, mas o excesso de chuvas no Pampa pode prejudicar o desenvolvimento das lavouras. Nos Estados Unidos, o trigo de inverno tem 5% da área semeada. A Ucrânia elevou a estimativa de safra para 22,05 milhões de toneladas e deve ampliar a área de inverno de 4,5 para 4,78 milhões de hectares. A Rússia deve colher 86,1 milhões de toneladas, com preços FOB em queda e exportações de setembro estimadas em 4,1 milhões de toneladas, abaixo das 5,1 milhões registradas no mesmo mês do ano passado. O mercado está dividido entre duas forças: possíveis cortes de safra nos Estados Unidos, que dão suporte aos preços, e a ausência da China, somada à oferta abundante, que pressiona. A tendência é de consolidação até o fim do ano, com chance de recuperação apenas em caso de surpresa no relatório ou de choque climático. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.