08/Sep/2025
Atentos às recentes valorizações nos portos e no mercado externo, os vendedores brasileiros estão limitando a oferta de milho no spot e/ou indicando preços firmes em novos negócios. A demanda doméstica, por sua vez, segue enfraquecida, contexto que impede avanços mais intensos nas cotações. Os consumidores utilizam estoques, à espera de aumento na oferta, fundamentados na possibilidade de produtores passarem a ter necessidade de vendas. Vale lembrar que a safra deve ser recorde no Brasil e nos Estados Unidos. Já a demanda externa está se aquecendo. A exportação do milho, que apresentava fraco desempenho até o julho, tem reagido, refletindo principalmente as negociações antecipadas do cereal. Além disso, o aumento da paridade de exportação e o consequente maior interesse de vendas para o mercado internacional também dão suporte aos valores domésticos e mantêm expectativa de novos avanços.
O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) vem subindo desde meados de agosto. Nos últimos sete dias, o Indicador registra avanço de 0,7%, cotado a R$ 64,70 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as altas são de 1,1% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,9% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o ritmo de embarques diário de agosto/2025 superou em 18% o observado em agosto/2024, com volume escoado também 13% maior na mesma comparação, somando 6,84 milhões de toneladas. Para setembro, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estima que os embarques somem 6,37 milhões de toneladas. Nos portos brasileiros, os preços são sustentados pela alta dos valores internacionais e do dólar. No Porto de Paranaguá (PR), o avanço é de 4% nos últimos sete dias, a R$ 62,51 por saca de 60 Kg.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 30 de agosto, a colheita da 2ª safra de 2025 estava na fase final na maior parte das regiões, somando 97% da área, avanço semanal de 2,2% e acima dos 93,2% da média dos últimos cinco anos. A semeadura da safra de verão (1ª safra 2025/2026) está em estágio inicial no Paraná e Rio Grande do Sul. Para 2ª safra de 2025, no Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicou que, até o dia 1º de setembro, a colheita havia alcançado 94% da área estimada, restando apenas as regiões isoladas que podem ter sofrido mais com a estiagem e com as geadas durante o desenvolvimento. Em Mato Grosso do Sul, a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul) indica que foram colhidas 90,9% das lavouras até o dia 29 de agosto.
Em Minas Gerais e Goiás, a colheita deve ser concluída nos próximos dias, chegando a 96% e 98% das áreas, respectivamente; enquanto, em São Paulo, o percentual colhido é de 82%, segundo dados da Conab do dia 30 de agosto. Quanto à safra de verão (1ª safra 2025/2026), no Paraná, os produtores avançam com a semeadura, sobretudo na região de Ponta Grossa, mas ainda com cautela devido à possibilidade de frentes frias tardias, segundo o Deral/Seab. Com isso, a área semeada até o dia 1º de setembro é de 9%, avanço semanal de 8%, mas ainda inferior aos 18% registrados no mesmo período de 2024. Para o Rio Grande do Sul, a Emater-RS apresentou as primeiras estimativas para a safra de verão (2025/2026), indicando aumentos de 9% tanto na área destinada ao cereal quanto na produção frente à temporada anterior, gerando 5,78 milhões de toneladas.
Nos Estados Unidos, os preços do cereal acumulam alta, refletindo a aquecida demanda internacional pelo cereal daquele país, mas os avanços acabam sendo limitados pela ampla oferta norte-americana, brasileira e argentina. Com isso, o vencimento Setembro/2025 registra alta de 3,7% nos últimos sete dias, a US$ 3,99 por bushel. Para o Dezembro/2025, a alta é de 2,4% no mesmo período, a US$ 4,19 por bushel. Com relação às condições das lavouras de milho dos Estados Unidos, até o dia 31 de agosto, 69% delas estavam em boas ou excelentes, queda de 2% sobre a semana anterior e acima dos 65% registrados no mesmo período do ano passado, segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Na Argentina, as chuvas têm atrasado a finalização da colheita da safra 2024/2025 e a semeadura da safra 2025. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita chegou a 98,5% da área nacional até o dia 4 de setembro. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.