02/Sep/2025
A Céleres avalia que a nova safra norte-americana deve trazer impactos imediatos para o Brasil, com menos milho da 2ª safra de 2025 exportado. A proximidade da colheita nos Estados Unidos volta a definir o ritmo do mercado de commodities, agora sob influência de conflitos comerciais e geopolíticos, com reflexos sobre a safra brasileira 2025/2026.
No milho, o quadro é de ampla oferta. A produção norte-americana projetada em 425,26 milhões de toneladas, com produtividade próxima de 200 sacas de 60 Kg por hectare, gera a maior relação estoque/consumo desde 2019/2020, de 13,3%. Esse excedente pressiona os preços na Bolsa de Chicago, com negociações para setembro/2025 abaixo de US$ 4,00 por bushel, tornando o milho norte-americano mais competitivo no fim do 2º semestre/2025. As exportações confirmam a mudança.
Os compromissos de exportação dos Estados Unidos para a safra 2025/2026 até o final de agosto/2025 já são de 15 milhões de toneladas, o dobro do ano passado e +20% da meta de exportação para essa temporada. Para o Brasil, isso significa concorrência acirrada. Essa dinâmica dificulta as exportações brasileiras da 2ª safra de 2025, com preços pressionados na paridade de exportação e menor competitividade frente ao grão norte-americano, especialmente sob a política de desvalorização do dólar do governo dos Estados Unidos.
O consumo interno tende a suavizar parte da pressão externa. O crescimento robusto da demanda interna deve sustentar os prêmios locais acima da paridade de exportação. Ainda assim, há riscos: a volatilidade dos preços e margens, impulsionada pela desvalorização do dólar e tensões geopolíticas e comerciais entre Estados Unidos e Brasil, cria incertezas sobre o planejamento da 2ª safra de 2026. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.