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01/Sep/2025

Preços do milho estão firmes no mercado interno

Embora as negociações envolvendo milho sejam pontuais no spot nacional, os preços do cereal seguem firmes. No campo, a colheita da 2ª safra de 20205 se aproxima da reta final, e a semeadura da safra de verão (1ª safra 2025/2026) foi iniciada na Região Sul do País. Os vendedores seguem limitando a oferta, com parte destes agentes apostando em valorizações, fundamentados na reta final da colheita e no fato de os grãos estarem sendo devidamente armazenados em partes das regiões. Do lado da demanda, os compradores que necessitam de lotes para o curto prazo esbarram na pedida mais elevada do vendedor, ao passo que os demais consumidores do grão vêm recebendo lotes negociados antecipadamente e usando os estoques. A aposta desses compradores é de que os preços voltem a ceder nas próximas semanas, uma vez que a produção brasileira elevada tende a resultar em estoques de passagens altos. Além disso, o ritmo de exportação está enfraquecido nesta temporada.

Até o momento (considerando-se fevereiro/2025 até a terceira semana de agosto), foram embarcadas apenas 10 milhões de toneladas do cereal, sendo que o estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a temporada 2024/2025 é de que 40 milhões de toneladas sejam escoadas. Caso esse volume se concretize, ainda restarão 10,25 milhões de toneladas ao final da temporada, em janeiro de 2026, o maior desde 2020/2021. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) atravessou agosto variando de R$ 63,00 a R$ 64,00 por saca de 60 Kg, e está cotado a R$ 64,26 por saca de 60 Kg, alta de leve 0,4% nos últimos sete dias. Nos últimos sete dias, as cotações registram recuo de 0,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e alta de 0,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, pressionados pelas desvalorizações internacionais e da moeda norte-americana, os futuros estão pressionados. O contrato Setembro/2025 tem baixa de 1,9% nos últimos sete dias, a R$ 65,12 por saca de 60 Kg. O vencimento Novembro/2025 apresenta recuo de 0,5% no mesmo período, a R$ 69,07 por saca de 60 Kg.

O ritmo de embarques diário de agosto (primeiros 16 úteis de agosto) esteve 12% acima do observado em agosto/2024, mas o volume escoado até o momento, de 4,96 milhões de toneladas, está inferior às 6 milhões de toneladas embarcadas há um ano, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Para Associação Nacional de Exportadores de Cereal (Anec), os embarques de milho podem ter somado 7,8 milhões de toneladas em agosto. No entanto, os preços nos portos brasileiros em queda reduzem o interesse da venda por parte dos produtores. Nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), os preços registram baixa de 0,9% e 3,2%, respectivamente. A pressão vem da desvalorização do dólar e dos contratos futuros externos. Segundo a Conab, até o dia 23 de agosto, 94,8% da 2ª safra de 2025 havia sido colhida no País, enquanto a semeadura da safra de verão (1ª safra 2025/2026) teve início no Paraná e no Rio Grande do Sul.

Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em Mato Grosso, a colheita foi finalizada em meados de agosto e, apesar das duas semanas de atraso em relação ao ano anterior, o Estado concretizou a produção de 55 milhões de toneladas. Dos Estados que ainda restam finalizar as atividades, no Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indicou que, até o dia 25 de agosto, a colheita havia alcançado 91% da área estimada. Em Mato Grosso do Sul, a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul) indica que foram colhidas 80,5% das lavouras até o dia 22 de agosto. Em Minas Gerais e Goiás, restam 7% das lavouras a serem colhidas, enquanto em São Paulo os trabalhos de campo ainda estão em 60%, segundo os dados da Conab do dia 23 de agosto. Quanto à safra verão (1ª safra 2025/2026), a Conab aponta que, no Rio Grande do Sul, algumas regiões já chegaram a 50% da área semeada até o dia 23 de agosto. No Paraná, o Deral/Seab mostra que, até o dia 25 de agosto, 1% da área estadual havia sido semeada.

A área destinada ao cereal nesta temporada no Paraná será de 315 mil hectares, aumento de 12% em relação à temporada anterior, o que deve resultar em produção de 3,2 milhões de toneladas, 5,5% maior que em 2024/2025. Nos Estados Unidos, os preços do cereal são pressionados pelas boas condições das lavouras norte-americanas, pela expectativa de safra recorde e pela ampla oferta brasileira. As quedas só não são mais intensas devido à demanda internacional aquecida pelo milho e ainda pela retração de vendedores dos Estados Unidos em negociar nos atuais patamares. Na Bolsa de Chicago, o vencimento Setembro/2025 registra leve baixa de 0,45% nos últimos sete dias, a US$ 3,85 por bushel. Para o Dezembro/2025, a queda é de 0,43%, a US$ 4,10 por bushel. Desde o dia 17 de agosto, 71% das lavouras de milho dos Estados Unidos são consideradas boas, contra 65% há um ano, segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires indica que a colheita chegou a 97,2% da área nacional até o dia 28 de agosto. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.