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11/Aug/2025

Preços do milho pressionados no mercado interno

A produção recorde da 2ª safra de 2025, o baixo ritmo das exportações de milho e a retração de compradores domésticos mantêm em queda as cotações do cereal. Apesar da ocorrência de geadas e/ou pragas em partes das regiões produtoras, até o momento, as expectativas são de produção interna elevada, devido ao aumento da área e à melhora na produtividade. Nos portos, os atuais preços não estão atrativos aos produtores brasileiros e a demanda internacional está desaquecida, contexto que vem limitando o escoamento externo do milho. Atentos à intensificação da colheita, os consumidores brasileiros aguardam novas desvalorizações e, com isso, priorizam o recebimento dos lotes negociados antecipadamente.

Na parcial deste ano (de 30 de dezembro de 2024 a 7 de agosto de 2025), o recuo no preço chega a 12,8% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e a 14,8% no mercado de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) do cereal cedeu 12% no acumulado do ano. Nos Estados em que a produção deve ser recorde, como Paraná e Mato Grosso, as desvalorizações são ainda mais intensas. Na parcial do ano, os preços no norte e oeste do Paraná apresentam recuo de 17%. Em Sorriso (MT) e Rondonópolis (MT), as baixas são de 25% e de 24%, respectivamente. Os preços iniciaram a semana passada em leve alta, sustentados pela retração de vendedores, mas voltaram a recuar, pressionados sobretudo pela redução da demanda.

Diante disso, o Indicador ESALQ/BM&F registra leve avanço de 0,1% nos últimos sete dias, cotado a R$ 63,58 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, a alta é de 1,5% nos preços no mercado de balcão (preços pago ao produtor) e de leve 0,2% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, o avanço da colheita da 2ª safra e as quedas internacionais pressionam os futuros. O contrato Setembro/2025 apresenta desvalorização de 1,5% nos últimos sete dias, a R$ 65,83 por saca de 60 Kg. O vencimento Novembro/2025 tem recuo de 1,7% no mesmo comparativo, a R$ 67,95 por saca de 60 Kg. A demanda internacional segue enfraquecida. Em julho, o Brasil exportou 2,43 milhões de toneladas, 32% abaixo do volume escoado no mesmo mês de 2024, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

De fevereiro/2025 a julho/2025, os embarques somam 5,2 milhões de toneladas, contra as 7 milhões de toneladas enviadas em igual intervalo de 2024. No entanto, a Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec) apontou que, devido à produção elevada, as exportações neste ano podem chegar a 45 milhões de toneladas, ante as 42 milhões de toneladas estimadas anteriormente. A colheita da 2ª safra de milho de 2025 chegou, até o dia 2 de agosto, a 75,2% da área nacional, avanço semanal de 9%, mas ainda abaixo dos 77,6% da média das últimas cinco safras, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em Mato Grosso, 96,38% da área estadual foi colhida até o dia 1º de agosto, avanço semanal de 6,01% segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).

A produção estadual deve ser de 54,9 milhões de toneladas, aumento de 16% em relação ao ciclo anterior. No Paraná, a expectativa é que a colheita seja finalizada em agosto. Por enquanto, as atividades somam 75% da área estadual, conforme aponta a Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Em Mato Grosso do Sul, a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul) indica que 42,7% da área foi colhida até o dia 1º de agosto. Em Goiás, São Paulo e Minas Gerais, as colheitas chegaram a 60%, 18% e 51% respectivamente, segundo dados do dia 2 de agosto da Conab. Os preços externos seguem em queda, refletindo ainda a perspectiva de safra recorde nos Estados Unidos e a ampla oferta do milho brasileiro para exportação. As baixas só não foram mais intensas devido aos embarques norte-americanos aquecidos.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou que, na semana encerrada em 31 de julho, as vendas externas dos Estados Unidos superaram as 3 milhões de toneladas. Com isso, na Bolsa de Chicago, os vencimentos Setembro/2025 e Dezembro/2025 apresentam baixa de 2,4% e 1,6%, a US$ 3,84 por bushel e a US$ 4,07 por bushel, respectivamente. Relatório semanal do USDA aponta que 73% da safra de milho estava em condição entre boa ou excelente até o dia 3 de agosto, o mesmo percentual no comparativo semanal, mas ainda acima dos 67% registrados em período equivalente de 2024. Na Argentina, segundo dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita avançou 1,3% em sete dias, alcançando 89,3% a área nacional até o dia 7 de agosto. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.