08/Aug/2025
Os preços do milho no mercado brasileiro oscilam pouco, mesmo com o avanço da colheita da 2ª safra de 2025 e produtividades elevadas em boa parte do País. Em um momento que tradicionalmente imporia forte pressão sobre as cotações, a ausência de liquidez e a retração do produtor têm sustentado os preços tanto no físico quanto na B3. Essa tendência lateral é até uma surpresa diante do momento atual, porque, com a safrinha sendo colhida, seria natural que os preços estivessem mais pressionados do que estão hoje. A explicação passa por uma comercialização muito lenta, com poucos negócios registrados e ambos os lados, comprador e vendedor, sem urgência.
O cenário atual tem afetado diretamente a dinâmica das exportações. O mercado exportador está muito menos ativo do que seria de se esperar, muito menos do que foi no ano passado, mesmo com uma safra menor, e abaixo da média histórica para este período. A pouca competitividade do milho brasileiro no mercado internacional preocupa, porque Argentina e Estados Unidos estão muito competitivos. A dúvida central é se o consumo doméstico será suficiente para absorver volumes maiores ou se a exportação vai, de fato, ganhar fôlego a partir de agosto. Até agora, a combinação entre safra farta, vendas travadas e logística ainda concentrada na soja, tem mantido o milho em segundo plano nas negociações externas, mesmo com os embarques contratados avançando pontualmente.