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04/Aug/2025

Preços do milho pressionados no mercado interno

Após um leve movimento de reação, as cotações domésticas do milho estão em baixa novamente. A pressão vem sobretudo da ausência de consumidores, que aguardam maiores desvalorizações com os avanços da colheita da 2ª safra de 2025 nas principais regiões produtoras. Além disso, as exportações estão menores em relação a julho do ano passado e ainda muito distantes do estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os compradores brasileiros seguem atentos ao andamento da colheita. Apesar do atraso frente ao ano anterior na média nacional, algumas regiões dos estados de Mato Grosso e Goiás têm apresentado bom ritmo e produtividades elevadas, aumentando de forma pontual a oferta disponível para negócios. Quanto às exportações, de fevereiro até a quarta semana de julho, o volume embarcado limitou-se a 4,3 milhões de toneladas, ante os 7 milhões enviados no mesmo período de 2024 e ainda bem distante das 34 milhões projetadas pela Conab até janeiro/2026.

Especificamente em julho, considerando os primeiros 19 dias úteis, foram exportadas apenas 1,52 milhão de toneladas, abaixo dos 3,5 milhões de julho/2024, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Tradicionalmente, as maiores quantidades são embarcadas no segundo semestre, mas o alcance da estimativa oficial requer o envio mensal de aproximadamente 5 milhões de toneladas, o que ainda não foi registrado neste ano. Com a redução das exportações e a produção recorde brasileira, a oferta interna pode aumentar, pressionando os valores domésticos. Por enquanto, a Conab estima estoques de 8,41 milhões de toneladas ao final da temporada, em janeiro/2026. Além dos fatores internos, pesam sobre a demanda e as cotações notícias de outros importantes países produtores. No caso dos Estados Unidos, os preços já estão em queda devido à expectativa de produção também recorde.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o momento, são esperadas 398,92 milhões de toneladas na temporada 2025/2026. Na Argentina, as tarifas para exportação do cereal agora serão de 9,5%, ante 11,5%, o que pode aumentar a oferta disponível para embarque. Diante da demanda enfraquecida, com compradores priorizando o recebimento dos lotes negociados antecipadamente, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP), registra recuo de 0,9% nos últimos sete dias, cotado à média de R$ 63,54 por saca de 60 Kg. Regionalmente, as quedas são mais intensas na Região Centro-Oeste. Nas Regiões Sudeste e Sul do País, as cotações se mantêm firmes. Nos últimos sete dias, observa-se alta de 1% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 0,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas).

Na B3, o atraso da colheita nas regiões brasileiras e as preocupações com as tarifas dos Estados Unidos impostas ao País impulsionam os valores. Nos últimos sete dias, o contrato Setembro/2025 apresenta alta de 1,6%, cotado a R$ 66,83 por saca de 60 Kg. O vencimento Novembro/2025 tem alta de 0,5% no período, a R$ 69,14 por saca de 60 Kg. A colheita da 2ª safra de milho de 2025 avançou em todas as regiões produtoras entre os dias 19 e 26 de julho, chegando a 66,1% da área, aumento de 10,6% em relação ao intervalo anterior, mas abaixo dos 70,1% colhidos no mesmo período de 2024, segundo a Conab. Em Mato Grosso, conforme o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a colheita se aproxima da reta final e, com boa produtividade e problemas logísticos, os produtores já encontram dificuldade no armazenamento do cereal. Até o dia 25 de julho, 90,37% da área estadual havia sido colhida, avanço semanal de 13,11%.

Em Mato Grosso do Sul, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) indica que 31,6% da área foi colhida até o dia 25 de julho. Em Goiás, o tempo seco também tem favorecido a colheita, que chegou a 41% da área estadual; em São Paulo e Minas Gerais, os trabalhos de campo avançam conforme a umidade do grão chega ao ideal, correspondendo a 10% e 43%, respectivamente, de acordo com dados da Conab do dia 26 de julho. No Paraná, apesar de problemas climáticos, como geadas, ondas de calor e pontuais casos de pragas durante o desenvolvimento, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontou produtividade acima do esperado, em 17,06 milhões de toneladas, ante as 16,8 milhões estimadas inicialmente, o que seria a maior safra deste Estado. Quanto à colheita, chegou a 64% da área estadual até o dia 28 de julho.

Nos Estados Unidos, os preços acumulam novas quedas, refletindo as condições favoráveis à safra norte-americana e o avanço da colheita no Brasil. Na Bolsa de Chicago, os vencimentos Setembro/2025 e Dezembro/2025 registram recuo de 1,9% e 1,6% nos últimos sete dias, a US$ 3,94 por bushel e a US$ 4,13 por bushel, nesta ordem. De acordo com o relatório semanal Crop Progress, divulgado pelo USDA, até o dia 27 de julho, 73% da safra de milho norte-americana estava em condição entre boas ou excelentes, recuo de 1%, no comparativo semanal, mas ainda acima dos 68% registrados no mesmo período de 2024. Na Argentina, a colheita avançou 4% nos últimos sete dias, alcançando 88% da área nacional até o dia 31 de julho, segundo dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.