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01/Aug/2025

Preço do milho sustentado pelo atraso na colheita

O milho brasileiro encontra algum suporte nos preços com o atraso da colheita da 2ª safra de 2025, mas ainda há espaço para ajustes negativos diante do volume expressivo que deve entrar no mercado nas próximas semanas. O preço está sustentado de alguma forma, parece que parou de cair em algumas regiões, mas ainda existe espaço para mais alguns ajustes porque é uma safra muito grande. O pior cenário parece ter ficado para trás, com o mercado agora em tendência de lateralização, mas sem sinal de alta consistente. Pouco mais da metade da 2ª safra de 2025 está colhida e o produtor tem segurado as vendas, especialmente na Região Centro-Oeste, por conta do encarecimento do frete e da necessidade de escoar os volumes remanescentes de soja.

Já se observa milho estocado fora de armazéns, fora de silos, o que é comum em anos de supersafra. A entrada desse milho no mercado, mesmo postergada, tende a reforçar a pressão de oferta no curto prazo. A demanda ajuda a absorver parte da oferta, com crescimento da produção de etanol de milho, mais usinas em operação e expectativa de aceleração das exportações a partir de agosto. Ainda assim, não há espaço para recuperação firme nas cotações. Não tem ambiente para disparada de preço. O produtor vai acabar tendo que avançar nas vendas por causa das limitações logísticas.

Em Mato Grosso, na região de Sinop, o mercado spot registra baixa liquidez. Os compradores indicam R$ 45,00 por saca de 60 Kg FOB para exportação, com pagamento em 3 de outubro. O vendedor está resistente. Só liquida quem precisa de caixa, o restante segura na expectativa de melhora no dólar. Há ainda indicações de R$ 47,00 por saca de 60 Kg, para pagamento em 30 de agosto via cooperativas, mas o volume negociado é limitado. Para a safra 2025/2026, a indicação é de R$ 46,00 por saca de 60 Kg, para pagamento em 3 de setembro de 2026. Mesmo com esses valores, a maioria dos produtores prefere aguardar. O foco ainda está na colheita e no custo logístico, que continua pesando muito.

No Paraná, na região de Maringá, a indicação de compra está entre R$ 58,00 e R$ 60,00 por saca de 60 Kg FOB, mas os compradores seguem cautelosos. O mercado está travado e sem força para subir. No corredor de exportação, a indicação CIF Porto de Paranaguá é de R$ 67,00 por saca de 60 Kg, para entrega em agosto e pagamento na primeira quinzena de setembro. Mesmo com esse preço, os negócios não fluem. Os produtores miram valores mais altos, e o mercado trava. A liquidez só melhora se houver avanço nos embarques ou necessidade de caixa na virada do mês.