31/Jul/2025

A liquidez do milho pode melhorar a partir de agosto, com o avanço das exportações e os prazos de vencimentos do custeio da 2ª safra. No entanto, o cenário de curto prazo segue pressionado pela oferta elevada. Mesmo com produtores priorizando a venda da soja, a comercialização do milho tende a ganhar ritmo a partir da segunda quinzena de agosto, quando se intensifica o período de pagamento dos financiamentos da 2ª safra. Os dias 30 de agosto e 30 de setembro costumam concentrar boa parte dos vencimentos.

Há expectativa de aumento nos embarques do cereal entre agosto e outubro, com crescimento dos line-ups de exportação. A perspectiva de oferta elevada deve seguir limitando as cotações no curto prazo, mesmo com demanda firme. No ano passado, a produção foi menor e a demanda estava presente, o que manteve os preços acima da paridade de exportação. Neste ano, mesmo com demanda interna e externa consistente, vai ter muito estoque.

Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, os compradores indicam R$ 44,00 por saca de 60 Kg, para pagamento à vista e entre R$ 45,00 e R$ 46,00 por saca de 60 Kg, para pagamento no fim de agosto. No segmento de exportação, a indicação é de R$ 43,00 por saca de 60 Kg, para pagamento no fim de agosto. Há certa acomodação entre os produtores. Quem tem estrutura segura a oferta, e quem precisa de caixa é pontual. A colheita segue em andamento e a pressão de oferta no curto prazo é moderada.

No Paraná, na região oeste, as negociações são pontuais, com destaque para operações de frete sobre rodas com destino a Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Há registro de negócios entre R$ 56,00 e R$ 57,00 por saca de 60 Kg FOB, com caminhões levando direto para a indústria. A indústria não quer assumir frete. Também há registro de negócios entre R$ 59,00 e R$ 60,00 por saca de 60 Kg CIF. No sudoeste de Santa Catarina, as compras ocorrem entre R$ 62,00 e R$ 64,00 por saca de 60 Kg e no Rio Grande do Sul, com ICMS, chegam a R$ 66,00 ou R$ 67,00 por saca de 60 Kg. O frete é o grande vilão hoje. Quem travou transporte barato está tendo prejuízo para honrar contrato. A disputa está intensa e pesa na conta do produtor.