21/Jul/2025
O movimento de queda nos preços do milho foi interrompido em algumas regiões, refletindo a retração de parte dos vendedores. A colheita da 2ª safra de 2025 tem avançado, mas o ritmo das atividades ainda está abaixo do observado no ano passado e em safras anteriores. Além disso, aumentos nos custos com fretes também evitam novas desvalorizações do cereal no mercado interno. No entanto, demandantes também se afastam das aquisições no spot, atentos a estimativas indicando safra recorde no Brasil e às exportações enfraquecidas. Esses consumidores vêm utilizando lotes negociados antecipadamente. Assim, a liquidez está baixa. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP), registra leve baixa de apenas R$ 0,05 por saca de 60 Kg (-0,1%) nos últimos sete dias, cotado a R$ 62,93 por saca de 60 Kg. Apesar da recente estabilidade, no acumulado do mês, o Indicador registra queda de 6%, enquanto a média da parcial deste mês está 11% acima da de julho/2024, em termos nominais.
Regionalmente, nos últimos sete dias, altas são observadas em algumas regiões, sendo as mais expressivas em Sorriso (MT), Rio Verde (GO) e Dourados (MS), de respectivos 5%, 2% e 3%. Nos últimos sete dias, os preços do milho apresentam alta de 0,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas) e de 0,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). Na B3, o avanço do dólar e a retração de vendedores resultam em alta nos vencimentos futuros. Nos últimos sete dias, o contrato Setembro/2025 registra valorização de 2,4%, passando para R$ 64,48 por saca de 60 Kg; e o Novembro/2025, 1,7%, a R$ 67,77 por saca de 60 Kg. Apesar da valorização do dólar frente ao Real e da alta nos preços nos portos, as negociações seguem pontuais e os embarques, em ritmo inferior ao do ano passado. Nos primeiros nove dias úteis de julho, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas apenas 338,42 mil toneladas de milho, bem abaixo das 3,5 milhões de toneladas embarcadas em todo o mês de julho/2024 e inferior ao volume estimado pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), de 4,34 milhões de toneladas.
Quanto aos preços, nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), as médias apresentam avanço de 2,9% e 0,9%, respectivamente, nos últimos sete dias. A colheita da 2ª safra de 2025 tem avançado, mas as baixas temperaturas têm mantido a umidade elevada em partes das Regiões Sudeste e Sul do País, limitando progressos mais intensos. Até o dia 13 de julho, 41,7% das lavouras da 2ª safra de 2025 haviam sido foram colhidas, avanço semanal de 14%, mas ainda 9,4$ abaixo da média dos últimos cinco anos, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em Mato Grosso, dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicam que a colheita chegou a 57,56% da área prevista para a temporada até o dia 11 de julho, progresso semanal de 17,36%, mas 32,4% abaixo do mesmo período de 2024. No Paraná, as preocupações se voltam à qualidade das lavouras que foram prejudicadas pelas geadas registradas no final de junho.
O Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontou que 63% das lavouras apresentam boas condições, contra 64% da semana anterior. Até o dia 14 de julho, a colheita no Estado somava 40% da área, avanço semanal de 11%. Em Mato Grosso do Sul, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) indica que 13,8% da área foi colhida até o dia 11 de julho. Em Goiás e Minas Gerais, a Conab indicou que, até o dia 13 de julho, a colheita chegou a 15% e a 27% das respectivas áreas. Na semana passada, produtores de São Paulo também iniciaram a colheita das primeiras áreas, chegando a 4%. Quanto à safra verão (1ª safra 2024/2025), resta apenas 1,7% da área para ser colhida nos estados de Santa Catarina, Piauí e Maranhão, segundo a Conab. Nos Estados Unidos, os preços são impulsionados pela elevação na demanda pelo cereal norte-americano. Além disso, um acordo comercial entre os Estados Unidos e a Indonésia também deu suporte aos valores, pois pode sinalizar novos entendimentos para amenizar as recentes tensões criadas pelas tarifas. No entanto, as altas foram limitadas pela expectativa de safra volumosa nos Estados Unidos.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou a produção e o consumo da temporada 2024/2025 em respectivos 1.2663,66 bilhão de toneladas e 1.2775,76 bilhão de toneladas; e o estoque de passagem, em 272,08 milhões de toneladas. Especificamente para os Estados Unidos, estimativas indicam produção de 398,93 milhões de toneladas, abaixo do apontado no relatório do mês anterior (de 401,85 milhões de toneladas), mas, ainda assim, um recorde. Com isso, nos últimos sete dias, na Bolsa de Chicago, os vencimentos Setembro/2025 e Dezembro/2025 registra, alta de 0,7% e 1%, a US$ 4,02 por bushel e a US$ 4,21 por bushel, respectivamente. Quanto às lavouras nos Estados Unidos, até o dia 13 de julho, aquelas consideradas boas ou excelentes correspondiam por 74% do total, o mesmo do verificado na semana anterior, mas acima dos 68% registrados no ano passado, conforme relatório do USDA. Na Argentina, a colheita soma 78,9% da área, com avanço semanal de 8,5%, segundo dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.