18/Jul/2025
Os futuros de milho negociados na Bolsa de Chicago fecharam em baixa nesta quinta-feira (17/07), pressionados pelo fraco desempenho das vendas semanais americanas e ajuste técnico após ganhos nos três pregões anteriores. O vencimento dezembro recuou 3,00 cents (0,71%), e fechou a US$ 4,21 por bushel. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reportou vendas de 663,5 mil toneladas das safras 2024/2025 e 2025/2026 na semana encerrada em 10 de julho, volume inferior ao piso das estimativas de analistas. Para a safra atual, foram vendidas apenas 97,6 mil toneladas, o menor volume registrado no ano comercial, representando queda de 92% ante a semana anterior. Traders também avaliam o impacto da possível substituição do xarope de milho de alta frutose por açúcar de cana-de-açúcar nas bebidas da Coca-Cola nos Estados Unidos.
Segundo a John Stewart and Associates, cerca de 410 milhões de bushels de milho, ou 8%-9% do uso anual, são destinados à produção do açúcar. A mudança pode representar queda significativa na demanda doméstica caso outras empresas sigam a mesma direção. O fortalecimento do dólar ante o Real também pressionou os preços na Bolsa de Chicago, tornando as exportações brasileiras mais atrativas no mercado internacional. As condições climáticas favoráveis nos Estados Unidos reforçaram o cenário baixista para o grão. No cenário internacional, a Ucrânia exportou 343 mil toneladas de milho nos primeiros 16 dias do ciclo 2025/2026, abaixo do volume de 1 milhão de toneladas registrado no mesmo período do ano anterior.
Na Argentina, a Bolsa de Comércio de Rosario manteve sua estimativa de safra em 48,5 milhões de toneladas. Entretanto, fatores de suporte limitaram perdas maiores. A produção de etanol nos Estados Unidos subiu 0,2% na semana passada, para 1,087 milhão de barris por dia, segundo o Departamento de Energia. Os estoques do biocombustível recuaram 1,67%, para 23,6 milhões de barris, indicando maior uso de milho nas usinas. A StoneX alertou para possíveis problemas climáticos no milho do Meio Oeste. Este é um fator que está deixando os investidores com grandes posições especulativas nervosos. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que a colheita da 2ª safra de 2025 atingia 41,7% da área semeada até o dia 13 de julho, avanço de 14% em relação à semana anterior, mas ainda com atraso de 32,5% ante o mesmo período de 2024.