17/Jul/2025

Os preços do milho no Brasil seguem sustentados, mesmo com a colheita da 2ª safra de 2025 avançando rapidamente, graças ao dólar firme e à perspectiva positiva para a exportação no segundo semestre. A entrada de volumes crescentes pressiona as cotações no mercado físico, mas o câmbio elevado e a expectativa de déficits externos no segundo semestre ajudam a conter movimentos de baixa. Os fundamentos são construtivos, e o mercado já começa a precificar uma retomada da demanda externa com força a partir de agosto. A colheita confirma volumes elevados, mas há relatos pontuais de perdas de qualidade, principalmente em áreas da região de Mato Grosso, afetadas por lagarta-da-espiga. Nessas regiões, parte do milho apresenta alto índice de ardidos e tem sido direcionada à indústria de etanol, que segue abastecida neste momento. As exportações mantêm ritmo gradual, com embarques mais fortes esperados para o fim do mês.

Em Mato Grosso, na região de Primavera do Leste, o mercado segue travado. Na exportação, a indicação é de R$ 43,50 por saca de 60 Kg FOB para a safra atual, com pagamento no fim de setembro. Via cooperativa, a indicação chega a R$ 45,00 por saca de 60 Kg, para pagamento em 10 de outubro, mas o mercado está parado, com produtores retraídos. A ferrovia de Rondonópolis oferece alguma alternativa logística, com indicações entre R$ 50,00 e R$ 51,00 por saca de 60 Kg CIF dependendo da rota e prazo, mas o frete rodoviário entre as regiões ainda pesa na conta. Tudo que envolve logística hoje está travado. A indicação para 2ª safra de 2026 é de R$ 46,00 por saca de 60 Kg, para pagamento em 30 de setembro do próximo ano.

No Paraná, na região de Cascavel, o cenário é semelhante. O frete está com valor elevado. As indústrias indicam entre R$ 58,00 e R$ 59,00 por saca de 60 Kg CIF, para embarque imediato e pagamento até 21 dias após o recebimento. Na região sudoeste do Estado, a indicação chega a R$ 62,00 por saca de 60 Kg. No mercado FOB, a faixa de liquidez segue entre R$ 54,00 e R$ 55,00 por saca de 60 Kg, mesma paridade da exportação. O comprador não quer carregar estoque. Compra o básico e espera a pressão aumentar com a colheita da 2ª safra de 2025. Em Maringá, a ferrovia trabalha com R$ 59,00 por saca de 60 Kg CIF, mas só vale a pena para quem está perto do terminal. Se precisar rodar mais de 100 Km, já não fecha a conta.