16/Jul/2025
Os contratos futuros de milho encerraram esta terça-feira (15/07) em alta na Bolsa de Chicago, sustentados pelo acordo comercial entre Estados Unidos e Indonésia e por movimento de cobertura de posições vendidas por grandes fundos de investimento. O vencimento dezembro ganhou 1,75 cent (0,42%) e fechou a US$ 4,19 por bushel. O anúncio do acordo entre Estados Unidos e Indonésia gerou otimismo no mercado, com expectativa de que novos entendimentos sejam alcançados nos próximos dias para resolver os impasses criados pelas tarifas norte-americanas. A perspectiva de redução das tensões comerciais trouxe alívio aos operadores, que monitoravam com atenção o impacto das medidas protecionistas sobre a demanda externa. Fundos especulativos mantêm cerca de 25 milhões de toneladas em posições vendidas no milho, criando potencial para movimentos de alta em caso de mudança no cenário.
A combinação entre clima adverso e grande volume vendido cria um ambiente propício para repiques nos preços. A melhora nas condições das lavouras norte-americanas, no entanto, limitou os ganhos. Segundo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 74% da safra de milho apresentava condição boa ou excelente no dia 13 de julho, mantendo o mesmo patamar da semana anterior, mas superando os 68% de igual período de 2024. 34% da safra estava em fase de florescimento e 7% na formação de grãos. A StoneX observa que o sul do Meio Oeste dos Estados Unidos tem apresentado sinais de estresse térmico e hídrico, problemas não capturados pelos índices semanais de condição das lavouras. Modelos da consultoria indicam produtividade potencial de até 11,9 toneladas por hectare, mas esse número pode recuar dependendo do clima em agosto, período decisivo para a formação dos grãos.
No Brasil, a colheita da 2ª safra de 2025 atingiu 41,7% da área semeada até o dia 13 de julho, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), representando avanço de 14% na semana, mas ainda com atraso de 32,5% ante igual período do ano passado. A perspectiva de safra recorde brasileira continua limitando o espaço para altas mais expressivas nos contratos da Bolsa de Chicago. As tarifas de 30% impostas pelo presidente Trump sobre importações do México e União Europeia ampliaram a instabilidade no comércio internacional de grãos. O México, que costumava enviar cerca de 30 mil cabeças de gado por semana aos Estados Unidos, agora está engordando o rebanho dentro do país com milho importado dos Estados Unidos.