ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

14/Jul/2025

Tendência de baixa nos preços com safra recorde

A colheita da 2ª safra de 2025, que deve ter produção recorde, voltou a se intensificar, sobretudo na Região Centro-Oeste do País. Atentos a esse cenário, os compradores seguem afastados das aquisições no spot, apostando em novas desvalorizações. A demanda externa, por sua vez, também está enfraquecida, o que reforça a pressão sobre os valores domésticos do milho. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra recuo de 1,8% nos últimos sete dias, cotado a R$ 62,98 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços do milho apresentam baixa de 1,3% no mercado de lotes (negociação entre empresas), mas alta de 0,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). Na B3, apesar do aumento da oferta com o avanço da colheita, a valorização do dólar limita as quedas dos valores futuros. O contrato Julho/2025 tem baixa de leve 0,08% nos últimos sete dias, cotado a R$ 62,46 por saca de 60 Kg. O vencimento Setembro/2025 acumula avanço de 0,5% no mesmo período, a R$ 62,95 por saca de 60 Kg.

Em seu 10º levantamento de safra, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou aumento na produção total de milho no Brasil. O reajuste positivo em julho, tanto em relação ao relatório de junho/2025 quanto ao de julho/2024, se deve às maiores produções esperadas para a safra de verão (1ª safra 2024/2025) e 2ª safra de 2025. A 2ª safra de 2025 foi reajustada para 104,53 milhões de toneladas, aumento de 16% em relação à temporada anterior e um recorde da série histórica da Conab, iniciada em 1976/1977. Essa melhora na produção é reflexo do aumento da produtividade em quase todos os Estados produtores. Para safra de verão (1ª safra 2024/2025), as boas condições climáticas e o aumento na produtividade também impulsionaram a produção, que foi estimada neste mês em 24,91 milhões de toneladas, 8,5% superior ao ciclo anterior. Quanto à 3ª safra de 2025, a produção poderá superar em 1,4% a anterior, totalizando 2,51 milhões de toneladas. No agregado, a Conab estima produção de 131,97 milhões de toneladas de milho na temporada 2024/2025, consolidando o aumento de 14,3% em relação ao ano anterior (2023/2024) e a maior colheita da história.

Com os atuais avanços na produção, a Conab elevou a estimativa de exportação, agora prevista em 36 milhões de toneladas, acima das 34 milhões de toneladas estimadas em junho, mas abaixo das 38,5 milhões de toneladas escoadas em 2023/2024. O consumo interno está previsto em 89,75 milhões de toneladas, impulsionado pela crescente produção de etanol de milho. Neste cenário de aumento na produção brasileira, o estoque final seria de 9,54 milhões de toneladas em janeiro/2026, bem superior ao da temporada anterior, que foi de 1,85 milhão de toneladas. Nos portos, as negociações e os embarques estão em ritmo lento. Considerando-se os primeiros quatro dias úteis de julho, foram embarcadas apenas 120,72 mil toneladas de milho, com ritmo diário de embarques 80% inferior à média de julho/2024, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Quanto aos preços, nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP), as médias têm respectivas altas de 0,6% e 0,05% nos últimos sete dias. Até o dia 5 de julho, a colheita de milho 2ª safra de 2025 somava 27,7% da área nacional, avanço semanal de 10,7%, mas 11,8%. abaixo da média dos últimos cinco anos, segundo a Conab.

Em Mato Grosso, dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicam que a colheita chegou a 40,2% da área até o dia 4 de julho, avanço semanal de 13,21%, mas ainda expressivos 36,08% abaixo do mesmo período de 2024. O Imea aumentou sua estimativa de produção, refletindo a melhora na produtividade. Agora, são esperadas 54,02 milhões de toneladas em Mato Grosso, alta de 14,5% em relação à produção de 2023/2024 e a maior colheita da história para o Estado. No Paraná, em relatório divulgado no dia 7 de julho, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontou que 29% das lavouras haviam sido colhidas no Estado, contra 66% da temporada passada. Em Mato Grosso do Sul, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) indica que a colheita havia atingido 10,2% da área até o dia 4 de julho. Em Goiás e em Minas Gerais, a Conab indicou que, até o dia 5 de julho, a colheita chegou a 10% e a 17% das respectivas áreas. Quanto à safra verão (1ª safra 2024/2025), a colheita soma 97,2% da área nacional, acima dos 96,5% da média dos últimos cinco anos, de acordo com a Conab.

Nos Estados Unidos, os preços são pressionados pelas boas condições das lavouras, pelo clima favorável nas regiões produtoras norte-americanas e pelo aumento das tensões comerciais com parceiros comerciais, como Japão, Brasil e Coreia do Sul. As quedas, no entanto, são limitadas pelo maior ritmo de exportações dos Estados Unidos. Na Bolsa de Chicago, os vencimentos Julho/2025 e Setembro/2025 registram, ambos, queda de 5% nos últimos sete dias, a US$ 4,07 por bushel e a US$ 3,99 por bushel, respectivamente. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que, até o dia 6 de julho, 74% das lavouras norte-americanas estavam em boas e excelentes condições, 1% acima da semana anterior e 6% acima do mesmo período do ano passado. Na Argentina, o relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicou que a colheita avançou 8,7%, chegando a 70,4% da área nacional até o dia 10 de julho. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.