14/Jul/2025
Segundo o Itaú BBA, a tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as importações brasileiras a partir de agosto pode acelerar a comercialização de grãos e elevar os custos dos fertilizantes no Brasil. A desvalorização cambial deflagrada pelo anúncio melhora a competitividade da soja e do milho no mercado internacional e estimula vendas internas, mas, por outro lado, encarece os insumos importados e piora a relação de troca do produtor. A desvalorização do Real pode acelerar vendas de soja e milho. Com o câmbio mais favorável, o produtor brasileiro tende a melhorar a precificação em Reais e se mostrar mais disposto a negociar os grãos.
Embora soja e milho não sejam exportados em grandes volumes aos Estados Unidos, eles se beneficiam da dinâmica cambial, já que a competitividade externa poderá seguir favorecendo as exportações de soja e começar a beneficiar os embarques de milho, que seguem baixos. O impacto foi imediato no câmbio. A depender dos ‘próximos capítulos’, da maneira como o assunto for conduzido e das negociações que deverão ocorrer, o Real poderá enfraquecer ainda mais. A pressão positiva sobre os preços da soja e do milho em Reais, no entanto, não vem sem custos.
A valorização do dólar encarece os defensivos e fertilizantes importados, já pressionados por cotações elevadas. O dólar mais caro pesa nos custos de produção, uma vez que grande parte dos insumos é importada. No caso dos fertilizantes, que já estão em patamares altos, o impacto poderia vir em uma relação de troca com os grãos ainda mais deteriorada, piorando o poder de compra do produtor. Os efeitos do tarifaço de Trump ainda podem ser revistos. É possível que negociações e novos anúncios sobre este tema venham nas próximas semanas. Há precedentes de tarifas altas anunciadas que, após negociações, reduziram bastante. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.