ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

07/Jul/2025

Preços do milho pressionados pela oferta elevada

Em movimento de baixa desde abril, os preços do milho operam, neste começo de julho, nos menores patamares deste ano na maior parte das regiões. A pressão vem sobretudo da maior oferta do cereal no spot nacional. Os vendedores estão mais flexíveis nos valores de negociação. Ainda que o ritmo de colheita da 2ª safra de 2025 esteja abaixo do verificado no ano anterior, já se observa restrições na capacidade de armazenagem. A baixa paridade de exportação também reforça o movimento de queda nos preços. Os compradores, atentos a esse cenário, indicam valores menores nas novas aquisições. Muitos demandantes adquirem apenas lotes pontuais para consumo imediato, apostando na continuidade das baixas. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 64,15 por saca de 60 Kg, recuo de 5,1% nos últimos sete dias e o menor patamar nominal desde setembro de 2024.

Nos últimos sete dias, as quedas são de 2,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 3,4% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Os preços nos portos também estão em baixa. As negociações seguem lentas e os embarques, enfraquecidos. O valor do cereal negociado no Porto de Paranaguá (PR) registra recuo de 2,3% nos últimos sete dias. O dólar está em baixa. Na B3, as cotações também seguem pressionadas pela perspectiva de produção elevada. O vencimento Julho/2025 apresenta desvalorização de 2,8% nos últimos sete dias, a R$ 62,51 por saca de 60 Kg. A colheita do milho 2ª safra de 2025 avança nas principais regiões, mas o ritmo está abaixo da temporada passada, devido à semeadura tardia e ao excesso de umidade em algumas regiões. A frente fria que atingiu o Centro-Sul na semana passada gerou preocupação quanto à ocorrência de geadas, especialmente no Paraná e em Mato Grosso do Sul, mas ainda sem registros oficiais de perdas em grande escala.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 28 de junho, a colheita de milho da 2ª safra de 2025 somava 17% da área nacional, avanço semanal de 6,7%, mas significativos 30,9% abaixo do mesmo período do ano passado e 11,2% abaixo da média dos últimos cinco anos. Em Mato Grosso, dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indicam que a colheita chegou a 26,99% da área prevista para a temporada até o dia 27 de junho, avanço semanal de 12,9%, mas 35% abaixo do mesmo período de 2024. No Paraná, em relatório divulgado no dia 30 de junho, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontou que 16% das lavouras haviam sido colhidas, atraso de 29% em relação à temporada passada. A Conab indicou que, até o dia 28 de junho, a colheita chegou a 30% no Maranhão, 10% em Minas Gerais e 2% em Mato Grosso do Sul.

Nos Estados Unidos, os futuros acumulam altas, especialmente nos dias 2 e 3 de julho, sustentados pelo maior interesse de compradores e pelas recentes valorizações do petróleo. Com isso, na Bolsa de Chicago, o contrato Julho/2025 registra valorização de 5,4% nos últimos sete dias, cotado a US$ 4,31 por bushel. No campo, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica que, até o dia 29 de junho, 73% das lavouras norte-americanas estavam em boas e excelentes condições, 3% acima da semana anterior e 1% acima do mesmo período do ano passado. Na Argentina, o relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicou que a colheita chegou a 61,7% da área nacional até o dia 2 de julho. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.