04/Jul/2025
Segundo o Itaú BBA, o mercado de milho deve continuar sob pressão na safra 2025/2026, diante da expectativa de uma produção recorde nos Estados Unidos, estimada em cerca de 400 milhões de toneladas. Mesmo com estoques globais mais apertados, o volume absoluto da colheita norte-americana mantém os preços pressionados. Tem um contraste aí, os norte-americanos, que são os maiores produtores, com perspectiva de uma safra próximo de 400 milhões de toneladas, e ao mesmo tempo a gente deve ver novamente os estoques de milho reduzindo. O consumo global do cereal se mantém em expansão, puxado pela demanda interna nos Estados Unidos para produção de etanol e pelo avanço das exportações.
Ainda assim, a competitividade do milho norte-americano no mercado internacional, somada ao grande volume disponível, continuará limitando reações mais fortes nas cotações. Mesmo com crescimento do consumo, o balanço norte-americano deve ter um conforto interessante se esses níveis forem confirmados. Na Argentina, a área destinada ao milho deve crescer em 2025/2026, o que deve levar a algum incremento na produção. Para o Brasil, a projeção é de uma safra semelhante à de 2024/2025, com potencial de repetir as 130 milhões de toneladas colhidas neste ano. Ainda é muito cedo para falar em projeção definitiva, considerando que 75% a 80% da oferta nacional vem da 2ª safra.
O custo de produção no Brasil deve subir na próxima temporada, com aumento médio estimado em 8% para o produtor. Os fertilizantes representam a maior pressão, com alta próxima de 20%. A relação de troca se deteriorou de forma muito expressiva com os fertilizantes, dada toda a convergência de alta dos fertilizantes e de queda muito forte dos preços. Menos de um terço do volume de fertilizante necessário para a 2ª safra de 2026 foi comprado até agora. A safra de milho, para quem já tem uma parte do seu custo formado, é cara, mas ela pode ficar ainda mais cara, dado que a gente tem um panorama de fertilizantes que, pelo menos no curto prazo, não mostra uma grande queda nos preços do insumo.
Com a piora da relação de troca, a área de milho no Brasil deve crescer em ritmo inferior ao observado no ciclo anterior. Na temporada atual, a combinação entre custos menores, preços em patamar mais alto e produtividade excepcional resultou em margens positivas para o produtor brasileiro. Para 2025/2026, o cenário é diferente. Há uma deterioração das margens, porque os custos subiram muito. O impacto sobre a rentabilidade vai depender da formação final dos custos ao longo da temporada. A expectativa é de margens piores, que eventualmente podem ser ainda mais prejudicadas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.