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04/Jul/2025

Preços do milho seguirão pressionados no Brasil

Segundo a StoneX, o mercado internacional de milho deve seguir pressionado no terceiro trimestre de 2025, diante do avanço da colheita da 2ª safra de 2025 no Brasil, da expectativa de safra cheia nos Estados Unidos e do aumento dos estoques globais. O segundo trimestre resultou em fortes quedas para os preços do milho negociado na Bolsa de Chicago. O movimento reflete perspectivas de uma oferta significativa. O contrato chegou a operar próximo de US$ 6,00 por bushel no início do ano, mas recuou com a confirmação de ampla oferta. A relação estoque/uso global projetada é de 28,3%, o maior nível desde 2016/2017. No Brasil, a colheita da 2ª safra de 2025 já começou e deve alcançar 108,2 milhões de toneladas, com a produção total de 2024/2025 estimada em 136,1 milhões de toneladas. A safra robusta foi uma surpresa para o mercado, uma vez que as preocupações com perdas produtivas ganharam força por atraso inicial do plantio da 2ª safra de 2025 na Região Centro-Oeste.

O clima favorável no fim do ciclo permitiu melhor enchimento dos grãos. Apesar da oferta abundante, as exportações ainda estão abaixo dos volumes esperados. Esse fenômeno deve gerar menores excedentes, trazendo efeito negativo ao setor exportador; ainda assim, as exportações serão menores em 2025 do que em 2024. O consumo doméstico de milho no Brasil deve crescer 4,5 milhões de toneladas neste ano, totalizando 89 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos USDA) estima a safra 2025/2026 em 401 milhões de toneladas, com produtividade média de 11,09 toneladas por hectare e área de 36,2 milhões de hectares. A combinação de clima favorável e boa produtividade deve consolidar estoques mais folgados e limitar uma recuperação de preços no curto prazo. Além dos dois produtores, outros países seguem competitivos no mercado externo. As exportações norte-americanas seguem bastante prejudicadas, principalmente para países como México, Japão e Colômbia.

Os impactos da guerra tarifária dos Estados Unidos contra diversos parceiros comerciais tendem a ser pagos no mercado de milho, especialmente se o milho norte-americano se mantiver mais caro. A StoneX também cita a possibilidade de reconstituição de rebanhos como um fator de médio prazo para a demanda global. O que começa a surgir numericamente são sinais de uma reconstituição de rebanhos, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. O fato tende a fortalecer um consumo mais adiante, mas ainda sem efeitos diretos no mercado de curto prazo. O mercado tem refletido perspectivas de boas safras nos principais players globais, o que continua a pressionar os preços apesar do consumo mais alto. A demanda internacional mais competitiva no segundo semestre poderá evitar embargos de milho norte-americano. Mas, diante do volume disponível e das estimativas de estoques finais ainda amplos, o cenário base ainda é de preços baixos na Bolsa de Chicago. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.