02/Jul/2025
O avanço da colheita da 2ª safra de milho e 2025 em Mato Grosso tem pressionado os preços do milho no Estado. As cotações voltaram a cair e se aproximam do piso oficial estipulado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o preço médio no mercado disponível recuou para R$ 39,84 por saca de 60 Kg na semana passada, queda de 0,79% na comparação semanal. O valor segue acima da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), fixada em R$ 35,91 por saca de 60 Kg para 2025, mas a diferença vem diminuindo semana após semana. A colheita do milho em Mato Grosso avançou 12,99% no período e já atinge 26,99% da área estimada.
A produção total para o ciclo 2024/2025 foi revisada para cima e agora é estimada em 50,38 milhões de toneladas. O aumento da oferta, combinado a um cenário externo de baixa, amplia a pressão sobre as cotações no mercado interno. A paridade de exportação para julho/2025 recuou 4,79%, para R$ 36,16 por saca de 60 Kg, reforçando o descolamento entre o mercado internacional e o preço praticado dentro da porteira. A leve alta do dólar não foi suficiente para compensar a queda nas cotações externas. A diferença de base entre o milho disponível em Mato Grosso e os contratos futuros na Bolsa de Chicago se manteve negativa, em US$ 14,10 por bushel. Se o preço médio do milho em Mato Grosso continuar recuando e ultrapassar o limite inferior da PGPM, poderá haver acionamento de políticas públicas de suporte, como leilões de compra ou pagamento de prêmios.
No acumulado da safra 2024/2025, Mato Grosso já comercializou 51,05% da produção estimada. Para a safra 2025/2026, a comercialização atinge 5,83%. O assunto foi abordado durante o lançamento do novo Plano Safra da Agricultura Familiar, na segunda-feira (30/06). Entre as medidas anunciadas, está a modernização da legislação que rege a atuação da Conab em momentos de oscilação de preços. Foi proposta uma nova lei para a formação de estoques públicos, pois hoje a Conab só pode comprar quando o preço do mercado está abaixo do Preço Mínimo, e isso tem dificultado para alguns produtos a formação de estoques. Os estoques públicos são tão fundamentais por isso: uma mão do governo que ajuda o produtor pagando um preço mais alto, e auxilia o consumidor quando o preço subir nas prateleiras dos supermercados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.