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27/Jun/2025

Preços pressionados pela oferta da 2ª safra 2025

Os preços do milho brasileiro seguem pressionados após correção técnica limitada, com o atraso na colheita causado pelas chuvas insuficientes para sustentar altas mais expressivas diante da oferta volumosa que se aproxima. A oferta vai entrar de qualquer forma. Tem área pronta para ser colhida que não está sendo por causa das chuvas, mas é só esperar secar que consegue colher sem problemas. O leve fortalecimento do dólar também contribuiu para a alta recente. Para o segundo semestre, o foco será a competitividade no mercado exportador, já que o mercado doméstico estará bem atendido pela safra volumosa.

Em Mato Grosso, a comercialização segue em ritmo acelerado, atingindo 51% da safra vendida em junho, 15% acima do ano anterior. Apesar do avanço, o índice ainda fica 10% da média histórica, indicando que há volume significativo para ser negociado. A demanda por etanol de milho permanece firme, com consumo de 8,6 milhões de toneladas nos primeiros cinco meses, alta de 17% ante 2024. O cenário externo também pressiona os preços, com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimando produção norte-americana de 401,85 milhões de toneladas na safra 2025/2026, aumento de 24 milhões sobre o ciclo anterior. A recomposição dos estoques norte-americanos, combinada com a recuperação da oferta no Brasil e Argentina, mantém pressão sobre o mercado. O excesso de oferta global, somado à valorização do Real, enfraquece as cotações domésticas.

Em Mato Grosso, na região de Primavera do Leste, o mercado do milho está paralisado. As chuvas da última semana atrasaram o início efetivo da colheita nas áreas ao sul do Estado, limitando a disponibilidade imediata. A indicação de compra é de R$ 44,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em julho e pagamento até 15 de agosto. Os produtores indicam no mínimo R$ 48,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque curto. A divergência entre compradores e vendedores quanto aos preços continua impedindo o fechamento de contratos. Os compradores esperam maior oferta com o avanço da colheita em julho.

No Paraná, a situação é semelhante, com poucos negócios reportados e forte resistência entre compradores e vendedores. Na região de Cascavel, a colheita da 2ª safra de 2025 ainda é lenta por causa das chuvas. A ausência de oferta consistente ajuda a manter o impasse. O comprador indica entre R$ 57,00 e R$ 58,00 por saca de 60 Kg FOB, para pagamento a curto prazo, mas os produtores indicam R$ 60,00 por saca de 60 Kg. A demanda está enfraquecida nos últimos dias. Parte da indústria e das cooperativas já tem contratos fechados para recebimento em julho e não precisa entrar no mercado agora. O comprador está afastado do mercado porque está coberto com contratos anteriores. O produtor, por outro lado, se retrai porque abaixo de R$ 60,00 por saca de 60 Kg não cobre o custo de produção.