26/Jun/2025
O milho brasileiro deve manter correção técnica nos próximos dias, com o atraso na colheita causado pelas chuvas e pelas disparidades regionais de produtividade que limitam a pressão da oferta no curto prazo. Mesmo com chuvas intensas, é difícil haver perdas por precipitações, exceto em casos extremos. Os preços ficarão sustentados principalmente pela limitação na oferta imediata, provocada pelas chuvas que paralisaram os trabalhos no Paraná e em Mato Grosso do Sul. A colheita está prestes a ganhar ritmo em todas as regiões, embora com atraso.
Nesse cenário, a oferta segue como principal fator de influência nos preços, e a tendência é que a sazonalidade se imponha conforme o volume colhido comece a entrar no mercado. O cenário da 2ª safra de 2025 apresenta disparidades regionais significativas. Enquanto Mato Grosso confirma produtividades excepcionais, com médias de 150 sacas de 60 Kg por hectare em cidades como Rondonópolis, Sinop e Campo Verde, outras regiões enfrentaram problemas. Em Maracajú, com emergência em 20 de fevereiro, houve perda de produtividade de 35%. Em Maringá, no Paraná, a queda ficou na casa de 25%.
O início da safra foi muito bom, mas o final do enchimento apresentou déficits de chuva e problemas pontuais em várias regiões. Em Goiás, o milho plantado tardiamente em março enfrentou problemas com cigarrinha, afetando a produtividade final. Mato Grosso tem potencial para elevar as médias gerais, mas não é possível desconsiderar problemas no Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás. A questão comercial também influencia o mercado, já que as indústrias estão bem-posicionadas. Os exportadores gradativamente vão oferecer prêmios para adquirir o milho dos produtores, seguindo o padrão tradicional.
Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, o mercado spot segue travado, com os compradores testando indicações mais baixas e os produtores segurando a oferta. Os compradores locais indicam entre R$ 45,00 e R$ 46,00 por saca de 60 Kg FOB, tanto para embarque imediato com pagamento em até sete dias quanto para entrega em julho com pagamento no fim de agosto. A diferença de preço entre o curto e o médio prazo praticamente sumiu. Ainda assim, os vendedores estão retraídos. Os produtores indicam R$ 50,00 por saca de 60 Kg ou mais, mesmo para negócios de retirada imediata. Para exportação, as tradings testam R$ 42,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque nos próximos 30 dias, mas sem sucesso.
No Paraná, na região de Castro, há forte divergência quanto aos preços entre comprador e vendedor. R$ Os compradores indicam entre 72,00 e R$ 73,00 por saca de 60 Kg CIF Campos Gerais, para entrega ao longo de junho e pagamento no fim do mês. O produtor que tem milho livre indica R$ 76,00 por saca de 60 Kg FOB. A colheita da safrinha avança lentamente, prejudicada pelas chuvas persistentes das últimas semanas. O produtor está esperando o milho secar mais e acredita que com a chegada da demanda da indústria e da exportação, os preços podem subir. No CIF Porto de Paranaguá, as indicações oscilam entre R$ 64,00 e R$ 66,00 por saca de 60 Kg, para embarque em julho e pagamento até o fim de agosto. Os vendedores locais continuam focados no mercado interno.