25/Jun/2025
O milho brasileiro deve seguir beneficiado no curto prazo pelas chuvas que atrasam a colheita da 2ª safra de 2025, reduzindo a pressão de oferta. No Paraná e em Mato Grosso do Sul, a colheita está parada devido às chuvas. A oferta está ficando mais vinculada a Mato Grosso, onde a colheita ainda está em ritmo lento. Com isso, o milho que está chegando ao mercado destina-se principalmente para quitar contratos e atender à exportação, não gerando pressão adicional sobre os preços.
As chuvas que atingem Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná atrapalham as áreas prontas para colheita e alongam o ciclo das lavouras mais tardias. Os fundamentos de médio e longo prazo permanecem favoráveis ao milho, tanto no Brasil quanto no exterior, mas o momento atual é limitado pela chegada da safra cheia no País e clima favorável nos Estados Unidos. O pico da pressão deve ocorrer por volta de 10 de julho, quando a colheita da 2ª safra de 2025 estará no auge em quase todas as regiões. O fator limitante será o espaço para embarques de exportação, que só tem disponibilidade a partir de outubro.
Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, o mercado permanece travado, com oferta escassa e negócios limitados a pequenos volumes. As indústrias indicam R$ 51,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em até sete dias, mas os vendedores continuam recuados. O atraso na colheita é o principal fator de sustentação dos preços. As temperaturas mais baixas nas últimas semanas dificultaram a secagem natural do milho no campo. O milho está úmido, e o produtor não vê vantagem em colher agora para entregar nesses preços. A colheita só deve ganhar ritmo a partir da segunda quinzena de julho.
Em São Paulo, a distância entre as indicações de compra no porto e a pedida do vendedor no interior está maior. Na região de Campinas, os compradores indicam entre R$ 63,00 e R$ 64,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Santos, para embarque em julho e pagamento no fim de agosto. Para agosto, a indicação é de R$ 65,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Santos, para pagamento em setembro. No interior, os vendedores indicam entre R$ 73,00 e R$ 75,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega até o fim de julho e pagamento em até sete dias.
O comprador alega que ainda tem milho chegando de fora do Estado a R$ 65,00 por saca de 60 Kg, mas a oferta interna fica acima de R$ 73,00 por saca de 60 Kg. A logística segue como um dos principais gargalos. As chuvas atrasaram a colheita no Paraná, e as entregas da 2ª safra de 2025 em São Paulo também não estão ocorrendo na velocidade que as indústrias esperavam. Os compradores que têm estoque curto já começam a procurar milho de forma mais ativa.