24/Jun/2025
O milho brasileiro deve seguir pressionado nas próximas semanas pela combinação de oferta elevada da 2ª safra de 2025 recorde, limitações de armazenamento e pressão exercida por compradores em regiões produtoras. A perspectiva de oferta elevada nas próximas semanas, as limitações na capacidade de armazenamento e, sobretudo, a pressão exercida por compradores mantêm os preços do milho em queda no Brasil. A colheita da 2ª safra de 2025 segue em ritmo mais lento que o normal devido às condições climáticas. Apesar disso, a expectativa de volume recorde mantém pressão sobre os preços. Outro fator que preocupa produtores é a deterioração da relação de troca com fertilizantes, especialmente a ureia, cujos preços subiram devido ao conflito entre Israel e Irã.
Em Mato Grosso, na região de Rondonópolis, as primeiras áreas colhidas confirmam uma safra cheia. A produtividade já impressiona, e isso começa a pesar nos preços. Os compradores indicam R$ 45,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em até sete dias e. A exportação ainda não mostra força na origem, e as indústrias locais trabalham apenas com cobertura pontual. Os produtores estão retraídos, esperando colher primeiro, ver o estoque e só depois tomar decisão.
No Paraná, na região de Ponta Grossa, no spot, as indústrias indicam entre R$ 63,00 e R$ 64,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada até o fim de junho e pagamento curto. Para embarques em julho, a indicação de compra é de R$ 67,00 por saca de 60 Kg, para pagamento no fim do mês. Mas, os produtores indicam a partir de R$ 70,00 por saca de 60 Kg, o que impede a negociação. Na exportação, as indicações CIF Porto de São Francisco do Sul (SC) giram entre R$ 67,00 por saca de 60 Kg, para embarque em julho e R$ 65,00 por saca de 60 Kg, para embarque em agosto, ambos com pagamento no fim de cada mês. Mesmo assim, não há vendedor ativo nesses níveis. A postura do comprador também é de cautela. Com a Região Centro-Oeste colhendo recordes, a indústria local acredita que a oferta vai aparecer em algum momento. Mas, o produtor da região tem histórico de segurar e só vender quando precisa.