23/Jun/2025
A perspectiva de oferta elevada nas próximas semanas, as limitações na capacidade de armazenamento e, sobretudo, a pressão exercida por compradores mantêm os preços do milho em queda no Brasil. As desvalorizações externa e do dólar reforçam o movimento de baixa na cotação interna, à medida que reduzem a paridade de exportação. Atualmente, a 2ª safra de milho de 2025 é estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 101 milhões de toneladas, 12% superior à anterior e a segunda maior da série história da Conab. Assim, as baixas mais expressivas nos preços são observadas em regiões produtoras em que os vendedores estão mais flexíveis neste início da colheita. Nos últimos sete dias, os valores registram recuo de 6,6% em Maracaju (MS), para R$ 54,57 por saca de 60 Kg; de significativos 6,1% na região de Rio Verde (GO), a R$ 59,15 por saca de 60 Kg; e de 2,4% no norte do Paraná, para R$ 60,64 por saca de 60 Kg.
Nos últimos sete dias, as quedas são de 2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) de 1,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 68,07 por saca de 60 Kg, leve alta de 0,6% nos últimos sete dias. Após quatro dias de baixas consecutivas, ressalta-se que o Indicador registrou pequeno avanço no dia 18 de junho, sendo influenciado pelo atraso na colheita da 2ª safra de 2025 e pela necessidade de volume imediato por parte dos consumidores dessa região. Na B3, as boas perspectivas para a 2ª safra de 2025 e o aumento da oferta pressionam os valores futuros. O vencimento Julho/2025 permanece praticamente estável, com leve queda de 0,05% nos últimos sete dias, a R$ 63,07 por saca de 60 Kg. Os contratos Setembro/2025 e Novembro/2025 registram recuo de 0,3% e 0,1%, a R$ 63,71 por saca de 60 Kg e a R$ 67,68 por saca de 60 Kg, respectivamente.
Segundo a Conab, até o dia 14 de junho, a colheita da 2ª safra de 2025 chegou a 3,9% da área nacional, avanço semanal de 1,9%, mas bem abaixo dos 13,1% no mesmo período do ano passado e dos 8,4% da média dos últimos cinco anos. No Paraná, as chuvas novamente limitaram o avanço da colheita, que totalizou 8% da área estadual até o dia 9 de junho, de acordo com a Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Em Mato Grosso, dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que a colheita somava 7,2% da área até o dia 13 de junho, progresso semanal de 4,5%, mas atraso em 14,5% na comparação com a temporada anterior. Quanto à safra de verão (1ª safra 2024/2025), a colheita somava 92,5% da área nacional até o dia 14 de junho, acima dos 90,4% na média dos últimos cinco anos.
Nos Estados Unidos, os vencimentos futuros negociados na Bolsa de Chicago apresentam comportamentos distintos. Enquanto o contrato Julho/2025 tem leve valorização, sustentado sobretudo pela alta nos preços do trigo, os demais vencimentos seguem em queda, pressionados pelo avanço da colheita brasileira, que pode aumentar a oferta no mercado global, e por previsões indicando produção elevada nos Estados Unidos. O contrato Julho/2025 registra alta de 1,14% nos últimos sete dias, enquanto o Setembro/2025 tem baixa de 0,65%, a US$ 4,33 por bushel e a US$ 4,29 por bushel, respectivamente. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica que, até o dia 15 de junho, a semeadura havia sido concluída no país e que 72% das lavouras norte-americanas estavam em boas e excelentes condições, em linha com o mesmo período do ano passado. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicou que a colheita chegou a 49,6% da área nacional até o dia 18 de junho. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.