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23/Jun/2025

Preços recuam com ampla oferta da 2ª safra 2025

Segundo o Itaú BBA, os preços do milho no Brasil acumulam uma das quedas mais expressivas do período recente, com desvalorização próxima de 40% em dois meses. Em Sorriso (MT), principal polo produtor, a cotação média recuou de R$ 51,70 por saca de 60 Kg em maio para R$ 43,80 por saca de 60 Kg na primeira quinzena de junho, queda de 15,3% que se soma ao recuo de quase 25% registrado no mês anterior. A pressão sobre as cotações reflete a expectativa de produção elevada na 2ª safra de 2025, estimada em 105 milhões de toneladas, 15% acima do volume da temporada passada. As boas condições climáticas durante o desenvolvimento das lavouras reforçam as expectativas de produção volumosa e, consequentemente, a pressão sobre as cotações. O avanço da colheita, ainda em ritmo lento, tende a intensificar esse movimento. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até 16 de junho apenas 3,9% da área nacional havia sido colhida, percentual inferior à média de 8,4% dos últimos cinco anos.

No Paraná, apenas 4% das áreas estavam colhidas até a data de referência, ante 13% na média histórica. O atraso é atribuído principalmente ao clima chuvoso e frio que marcou maio e o início de junho, especialmente na Região Sul. O clima frio e com chuvas acima da média atrapalhou o avanço da colheita da 2ª safra de 2025. Apesar disso, os fretes começaram a reagir, refletindo a expectativa de grande volume do cereal nas próximas semanas. Os trabalhos de campo devem avançar em julho, com a consolidação de um período de tempo seco nas principais regiões produtoras. O clima mais seco previsto para as próximas semanas tende a acelerar os trabalhos de campo. No mercado externo, a movimentação de preços é mais moderada. Nos Estados Unidos, o milho recuou 2,2% na primeira metade de junho, para US$ 4,40 por bushel na Bolsa de Chicago. O mercado internacional segue atento à atualização da área plantada nos Estados Unidos, prevista para o fim deste mês, e ao clima durante a fase crítica de desenvolvimento das lavouras.

Outro fator de preocupação para os produtores brasileiros é a deterioração da relação de troca com os fertilizantes, especialmente a ureia. O conflito entre Israel e Irã causou impacto nos preços do insumo, do qual o Brasil importa cerca de 25% do Irã. A alta do insumo tem piorado ainda mais a relação de troca com o milho, que já vinha deteriorando em razão da queda do grão. Com apenas 25% das necessidades de fertilizantes para 2ª safra de 2026 já adquiridas, o cenário indica custos de produção mais elevados no próximo ciclo. A valorização do fertilizante deve resultar em uma 2ª safra de 2026 ainda mais cara. Para o curto prazo, a pressão sobre os preços deve continuar até que a oferta abundante encontre canais de escoamento ou que fatores externos, como eventual problema climático em outras regiões produtoras, alterem o balanço global de oferta e demanda. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.