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20/Jun/2025

Preços do milho deverão se manter pressionados

Segundo a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), a combinação entre a colheita da 2ª safra de 2025 e a valorização do Real frente ao dólar deve manter a pressão sobre os preços do milho no Brasil até pelo menos o segundo semestre. O volume expressivo de grãos vindo da Região Centro-Oeste e a dificuldade de armazenagem nas regiões produtoras continuam limitando as cotações. A principal razão é a colheita da 2ª safra de 2205. A entrada de um volume expressivo de grão no mercado cria um cenário de maior oferta, impactando diretamente os preços. Em Cascavel (PR), o milho é negociado a R$ 60,00 por saca e 60 Kg, com queda de 9% no acumulado de junho. No Rio Grande do Sul, as cotações variam de R$ 68,50 por saca de 60 Kg em Passo Fundo a R$ 72,00 por saca de 60 Kg em Júlio de Castilhos, com recuos de até 4,86% no mês. Na Região Centro-Oeste, os negócios ocorrem abaixo de R$ 40,00 por saca de 60 Kg. Os estoques de passagem estavam em níveis apertados antes da safra, mas a entrada da 2ª safra de 2025 deve recompor os volumes disponíveis.

No curto prazo, a pressão de colheita e a necessidade de escoamento levam a um aumento dos volumes nos armazéns e pátios, isto também colabora para a pressão de baixa nos preços. Para o ciclo 2025/2026, a expectativa é de estoques finais mais confortáveis. As projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam para safra recorde em 2025. O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima colheita de 50,3 milhões de toneladas em Mato Grosso, 3,6% acima da temporada anterior. Este aumento se deve às condições climáticas favoráveis durante o ciclo produtor, com chuvas no momento certo e menor incidência de pragas, resultando em altas produtividades. A valorização do Real frente ao dólar também limita o potencial de recuperação dos preços internos ao reduzir a competitividade das exportações brasileiras. A valorização do Real frente ao dólar reduz a competitividade das exportações brasileiras de milho, direcionando mais volume para o consumo interno, que tem seu maior destino a produção de ração para o setor avícola.

No cenário internacional, a Bolsa de Chicago opera com preços mais baixos em relação ao início do ano, influenciada pela perspectiva de safra recorde nos Estados Unidos. Embora haja a ressalva dos estoques globais mais apertados, a forte oferta norte-americana tende a limitar altas expressivas. Em Mato Grosso, os preços já caíram abaixo do Preço Mínimo de garantia do governo, situação que exige uma atuação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na garantia de renda ao produtor rural. Para o longo prazo, o Brasil continuará avançando como um dos principais exportadores globais de milho. O Brasil tem potencial para continuar expandindo sua área de milho e aprimorando a produtividade, consolidando-se como um dos maiores produtores e exportadores mundiais. Foi destacada a importância de estratégias de comercialização por parte dos produtores para enfrentar o atual cenário de preços. Entre as estratégias mais importantes pode-se citar o hedge, as vendas escalonadas e o barter, onde o produtor tem a possibilidade de trocar grãos por insumos agrícolas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.