20/Jun/2025

Segundo a Datagro, após um início de ano marcado por forte pressão de custos, a indústria brasileira de etanol de milho deve operar com margens mais robustas ao longo da safra 2025/2026. A margem média da indústria de etanol de milho poderá variar de 19% a 34,7% na safra 2025/2026, bem acima dos 9,8% registrados em 2024/2025. O cenário mais promissor é sustentado pela queda recente nos preços do milho, firmeza na cotação do etanol e valorização dos coprodutos como o DDGS (grãos secos de destilaria).

Os preços do milho na região de Sorriso (MT) recuaram 37% em apenas um mês, chegando a R$ 41,00 por saca de 60 Kg, diante da proximidade da colheita da 2ª safra de 2025. A expectativa é que a produção total de milho no País avance de 122,05 milhões de toneladas na safra 2023/2024 para 132,68 milhões de toneladas em 2024/2025. Com a maior oferta e um equilíbrio entre produção e consumo, o mercado deve registrar uma acomodação nos preços do grão, mesmo diante da perspectiva de estoques finais mais apertados. Esse alívio na principal matéria-prima dá novo fôlego à operação das usinas.

A indústria voltou a operar com margens positivas, em torno de 19%, após três meses seguidos de prejuízos na geração de caixa. E o otimismo se estende. O horizonte para a indústria ainda deverá ser positivo até o final da safra 2025/2026. Entre os fatores que sustentam esse cenário está a possível elevação da mistura de etanol anidro na gasolina, dos atuais 27% para 30%, além das vendas mais firmes de etanol hidratado nos postos. Com isso, o preço médio do hidratado em Paulínia (SP) deverá ser cerca de 5% superior à média registrada na temporada 2024/2025.

Os preços do DDGS, coproduto valorizado como ração animal, subiram de R$ 1.150,00 por tonelada no início do ano para R$ 1.300,00 por tonelada em Mato Grosso nesta semana. A demanda interna aquecida e o avanço das exportações explicam a alta, em contraste com a queda no valor do milho. Se o cenário positivo se confirmar, o setor deve manter o apetite por expansão. A produção de etanol de milho no Brasil pode mais que dobrar nos próximos dez anos, saltando de 8,2 bilhões de litros em 2024/2025 para 18,4 bilhões de litros em 2033/2034. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.