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18/Jun/2025

Brasil deve reduzir as exportações em 2024/2025

Segundo o BTG Pactual, o Brasil deve reduzir as exportações de milho e acumular estoques mais elevados até o início de 2026, mesmo com uma safra quase recorde em 2024/2025. A produção total está projetada em 128 milhões de toneladas, aumento de 11% em comparação com a temporada anterior. A área cultivada subiu 1,8%, alcançando 21,4 milhões de hectares, enquanto a produtividade média avançou 9%, atingindo 5.983 quilos por hectare. A 2ª safra de 2025 representa o maior volume da produção, com 101 milhões de toneladas previstas. Deve ser a segunda maior temporada de 2ª safra já registrada, ficando apenas 1,3% abaixo do recorde de 2022/2023. A colheita já começou em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, com produtividades consideradas promissoras. No entanto, há riscos em outras regiões. A redução das chuvas em maio, embora favorecendo a maturação, pode comprometer a produtividade de áreas semeadas tardiamente, especialmente em Minas Gerais, São Paulo e Goiás, caso não haja novas precipitações.

O consumo doméstico é estimado em 89,4 milhões de toneladas ao longo de 2025, um aumento de 6,4% frente ao ano passado. A expansão das usinas de etanol de milho e a boa rentabilidade da indústria de carnes devem puxar esse crescimento. A indústria de carnes goza de boas margens e poderia, em tese, aceitar pagar mais pelo milho doméstico para mantê-lo dentro do País, ou para disputá-lo com as usinas de etanol. Com isso, o Brasil deve reduzir as exportações de milho de 39 milhões para 34 milhões de toneladas na safra 2024/2025. Para a safra 2024/2025, projeta-se uma nova e leve redução nas exportações, ditada pelo aumento consistente da demanda interna e, consequentemente, pela diminuição da oferta para o mercado externo. Como reflexo desse novo balanço entre oferta e demanda, os estoques finais de milho no Brasil devem crescer. A expectativa é de que o País encerre o ciclo com 8,4 milhões de toneladas estocadas em fevereiro de 2026, mais que o triplo das 2,4 milhões de toneladas registradas na safra passada. O crescimento é "notável".

No mercado internacional, os Estados Unidos ampliam a liderança nas exportações, principalmente para os mercados da Ásia. Japão, Coreia do Sul e Taiwan importaram 10 milhões de toneladas de milho norte-americano nos primeiros sete meses da safra 2024/2025, frente a 5,8 milhões no mesmo período anterior. A participação dos Estados Unidos nas importações de milho nesses mercados saltou de 31% para 54% ano a ano. Esse ganho de mercado é atribuído à combinação de oferta, preços de exportação mais baixos e câmbio favorável aos importadores asiáticos. Os preços de exportação do milho dos Estados Unidos na origem (FOB) têm sido consistentemente mais baixos do que os do Brasil desde outubro de 2024. E mais baixos do que os da Argentina durante a maior parte do ano. Além da menor disponibilidade exportável da América do Sul, políticas comerciais em mercados asiáticos, como a eliminação do imposto sobre milho em Taiwan desde 2022 e a flexibilidade da Coreia do Sul em substituir milho por trigo em rações, reforçaram a demanda pelo grão norte-americano.

As exportações dos Estados Unidos para 2024/2025 foram revisadas para cima, passando de 66 milhões para 67 milhões de toneladas. Tal revisão reduz os estoques de passagem e suporta preços na Bolsa de Chicago. Do lado dos preços, observa-se queda generalizada nas cotações internacionais desde maio. As ofertas da Argentina recuaram US$ 14,00 por tonelada, para US$ 193,00 por tonelada. No Brasil, a baixa foi de US$ 6,00 por tonelada para US$ 201,00 por tonelada. Nos Estados Unidos, o milho FOB caiu US$ 8,00 por tonelada para US$ 200 por tonelada. No mercado interno brasileiro, o milho futuro na B3 fechou a última semana com baixa de 2,20%. A tendência de médio prazo segue de queda, mas perdeu força no curto prazo. É preciso romper um dos extremos da lateralidade para uma melhor definição de tendência. O suporte técnico imediato está em R$ 63,10 por saca de 60 Kg. A expectativa para o segundo semestre de 2025 é de manutenção do quadro de oferta ampla no Brasil, demanda interna elevada e pressão externa de preços, com os Estados Unidos consolidando a liderança no mercado global de exportação de milho. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.