16/Jun/2025
As boas condições climáticas durante o desenvolvimento da 2ª safra de 2025 de milho no Brasil reforçam as expectativas de produção volumosa na safra 2024/2025. Na quinta-feira (12/06), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou reajustes positivos nas estimativas de colheita. Como resultado, as cotações do cereal seguem em queda. Os dados da Conab apontam produção brasileira da safra 2024/2025 em 128,25 milhões de toneladas, 1,37 milhão de toneladas acima da estimativa de maio. O reajuste ocorreu sobretudo devido à maior produção da 2ª safra de 2025, que deve registrar boa produtividade por conta do clima favorável. Especificamente para 2ª safra de 2025, a produção deve ser de 101 milhões de toneladas, acima das 99,8 milhões de toneladas estimadas em maio, 12% superior à safra anterior e ainda a segunda maior da série história da Conab. Para a safra de verão (1ª safra 2024/2025), a melhora na produtividade elevou a produção para 24,82 milhões de toneladas, 8% superior à anterior.
A 3ª safra de 2025 apresenta queda de 2,4%, estimada em 2,42 milhões de toneladas; a queda se deve à redução de 5% na produtividade. Quanto ao consumo interno, a Conab praticamente manteve a estimativa em 89,39 milhões de toneladas. Os números de exportações e importações também foram mantidos, em respectivos 34 milhões de toneladas e em 1,7 milhão de toneladas. Caso as projeções se concretizem, o Brasil teria, ao final de janeiro de 2026, o estoque de passagem de 8,41 milhões de toneladas, acima das 1,84 milhão da safra passada, mas abaixo das 9,19 milhões de toneladas da média dos últimos cinco anos. Em relatório divulgado na quinta-feira (12/06), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou que as produções brasileira e argentina para a safra 2025/2026 seguem estimadas em respectivos 131 milhões e 53 milhões de toneladas; para os Estados Unidos, a projeção é de colheita de 401,85 milhões de toneladas, um recorde. Com isso, o volume mundial da temporada é indicado pelo USDA em 1,26 bilhão de toneladas, estável frente à estimativa de maio.
O consumo é projetado em 1,27 bilhão de toneladas. No entanto, o estoque global caiu de 277,84 milhões de toneladas em maio para 275,24 milhões de toneladas neste mês, devido à redução dos estoques norte-americanos. Neste contexto de previsões de oferta elevada, os preços seguem em queda. Nos últimos sete dias, os preços registram queda de 2,3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) de 1,8% no mercado de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&F está cotado a R$ 67,64 por saca de 60 Kg, baixa de 1,9% nos últimos sete dias. As desvalorizações só são foram mais intensas devido a pontuais dificuldades de compradores na aquisição de lotes, em decorrência da interrupção da colheita em algumas áreas das Regiões Sul e Sudeste do País. Na B3, as boas perspectivas para 2ª safra de 2025 e o aumento da oferta pressionam os valores futuros. O vencimento Julho/2025 registra baixa de 2% nos últimos sete dias, a R$ 63,10 por saca de 60 Kg.
Os contratos Setembro/2025 e Novembro/2025 apresentam recuo de 2,3% e 1,7% no mesmo período, a R$ 63,87 por saca de 60 Kg e a R$ 67,76 por saca de 60 Kg, respectivamente. Até o dia 7 de junho, a colheita da 2ª safra de 2025 chegou a 2% área nacional, avanço semanal de 1,2%, mas abaixo dos 4% da média dos últimos cinco anos, segundo a Conab. No Paraná, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), as chuvas novamente interromperam a colheita, que avançou apenas 1% entre os dias 2 e 9 de junho, totalizando 4% da área estadual. Em Mato Grosso, dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que a colheita somava 2,66% da área até o dia 6 de junho, progresso semanal de 1,69%, mas atraso em 8% na comparação com a temporada anterior. Quanto à safra verão (1ª safra 2024/2025), a colheita somava 90,6% da área nacional até o dia 7 de junho, conforme relata a Conab, acima dos 88% da média dos últimos cinco anos.
Nos Estados Unidos, os vencimentos seguem acumulando perdas. A pressão vem do avanço da colheita brasileira, que pode aumentar a oferta no mercado global, e de previsões apontando temperaturas acima da média e chuvas nas regiões produtoras do Estados Unidos, o que pode favorecer o desenvolvimento das lavouras. Na Bolsa de Chicago, nos últimos sete dias, os contratos Julho/2025 e Setembro/2025 têm baixas de 0,2% e 1,22%, respectivamente, a US$ 4,38 por bushel e a US$ 4,26 por bushel. As baixas, no entanto, foram contidas pela previsão de menores estoques norte-americanos. De acordo com dados divulgados pelo USDA, ao final da temporada 2025/2026, os estoques dos Estados Unidos devem ser de 44,46 milhões de toneladas, contra 45,73 milhões de toneladas projetadas em maio. No campo, o USDA indica que, até o dia 8 de junho, a semeadura chegou a 97% da área norte-americana, avanço semanal de 4%. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicou que a colheita chegou a 46,7% da área nacional até o dia 12 de junho. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.