09/Jun/2025
Segundo a XP, apesar do cenário global de guerra tarifária e tensões geopolíticas, a agricultura brasileira de grãos pode atravessar os próximos meses com certa resiliência. No curto prazo, a soja tende a se manter estável, enquanto o milho pode surpreender com uma alta ao fim do ano. Nas últimas três safras teve superávit na soja, o que gerou um estoque de passagem muito bom. A relação entre estoque e demanda está em torno de 30%, patamar historicamente elevado. Isso justifica os preços da Bolsa de Chicago na casa dos US$ 10,50 por bushel.
A perspectiva é que o mercado fique estacionado nesse nível, com viés levemente baixista dependendo do clima no mercado nos Estados Unidos. Para o milho, a situação é mais apertada. Nos últimos dois anos, teve pequenos déficits e os estoques de passagem são menores, com a relação entre estoque e consumo em torno de 20%. Nesse contexto, qualquer dúvida com relação à safra brasileira ou norte-americana pode puxar o preço rapidamente. No Brasil, a B3 segue como referência para o milho, e a expectativa é de que a pressão da safra possa derrubar os preços no curto prazo.
No entanto, há possibilidade de reação mais à frente. Se essa pressão puxar os preços muito para baixo, pode ser que no final do ano ocorra um aumento expressivo. Com a exportação retirando muito milho do mercado, pode faltar produto na entressafra para atender à crescente demanda das usinas de etanol. A avaliação é de que, se o mercado interno não for esvaziado pelas exportações, o milho deve seguir com oferta suficiente para abastecer o consumo nacional, especialmente das usinas. Se o mercado não sofrer tanto com a pressão de safra, o milho vai ficar no território nacional e as usinas vão conseguir cadenciar essas contas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.