06/Jun/2025
O milho brasileiro caminha para a fase mais pressionada do ano, com colheita acelerando, revisão altista na estimativa da 2ª safra de 2025 e demanda aquecida já incorporada aos preços. Embora o consumo doméstico cresça com força, em especial pelas indústrias de rações e de etanol, o abastecimento permanece confortável. Por mais que o Brasil esteja aumentando cada vez mais a sua demanda, no final das contas sobra milho. Só o etanol deve adicionar 4,5 milhões de toneladas ao consumo nacional este ano.
Em Mato Grosso, na região de Rondonópolis, o milho é pressionado pelo avanço da colheita da 2ª safra de 2025 e pela tentativa dos compradores de forçar cotações mais baixas. Os compradores indicam entre R$ 46,00 e R$ 47,00 por saca de 60 Kg. O movimento representa um descompasso entre oferta e demanda no início da colheita, com produtores ainda hesitantes em aceitar valores considerados abaixo da paridade de exportação. Com a colheita ainda ganhando ritmo e umidade elevada nos grãos em parte das áreas, o produtor evita grandes volumes de venda no físico. Ao mesmo tempo, a indústria recua e aguarda uma maior pressão da safra no pico de oferta. O comprador espera que o mercado venha abaixo com força nas próximas semanas. A expectativa é de que os preços continuem sob pressão até o meio do mês, quando volumes maiores de milho devem chegar ao mercado local. Por ora, os poucos negócios fechados são de necessidade urgente.
No Paraná, no Porto de Paranaguá, a comercialização do cereal está travada, com compradores mantendo indicações abaixo da pedida mínima dos vendedores. Os compradores indicam entre R$ 65,00 e R$ 67,00 por saca de 60 Kg CIF, dependendo do mês e do prazo de pagamento. Mas os vendedores indicam R$ 70,00 por saca de 60 Kg. A diferença de preços entre compradores e vendedores segue inibindo negócios, mesmo com maior oferta da 2ª safra de 2025. No mercado spot, os compradores indicam R$ 65,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em junho e pagamento até 31 de julho; R$ 65,50 por saca de 60 Kg, para contratos com liquidação em 30 de julho; R$ 66,00 por saca de 60 Kg, para entrega em julho e pagamento até 28 de agosto; e R$ 67,00 por saca de 60 Kg, para embarque em agosto e pagamento em 30 de setembro. Os vendedores mantêm pedida firme em R$ 70,00 por saca de 60 Kg, travando as negociações.