04/Jun/2025
A colheita da 2ª safra de 2025 começa a ganhar ritmo no Brasil e os primeiros talhões surpreendem positivamente, com produtividades acima do esperado pelos produtores. Esse avanço, aliado à queda nas indicações nos portos, pressiona os contratos futuros na B3. O mercado futuro reflete dois vetores principais: o tamanho da 2ª safra de 2025 e a retração nas cotações da exportação. Os preços nos portos estão em baixa. No campo, a geada leve registrada no final da semana passada em áreas pontuais das Regiões Sul e Centro-Oeste não trouxe prejuízos visíveis, e o clima permanece favorável à colheita. A janela climática agora só voltaria a preocupar se houver nova frente fria na segunda metade de junho, o que não altera a tendência de curto prazo.
Na demanda, as indústrias de ração, etanol e confinamento seguem abastecidas, com contratos fechados anteriormente, e evitam movimentos de compra no spot. A exportação também opera de forma mais lenta, e o ambiente nos portos não justifica avanço de preço. É um momento de mercado frio, sem agressividade compradora nem pressão de venda forte. O cenário atual é de pressão baixista até meados de julho, com potencial de virada só no segundo semestre. A safra é grande e está chegando. Só uma novidade climática nos Estados Unidos ou uma compra expressiva da China poderia dar fôlego ao milho agora. Caso contrário, a pressão vai aumentar.
Em São Paulo, na região de Campinas, o mercado segue travado, com compradores retraídos e vendedores concentrando esforços nas posições para agosto. As indicações de venda giram entre R$ 60,00 e R$ 61,00 por saca de 60 Kg FOB, enquanto os compradores indicam entre R$ 58,00 e R$ 59,00 por saca de 60 Kg. Apesar da entrada oficial da 2ª safra de 2025, o avanço da colheita ainda é limitado. Chuvas no Paraná e a previsão de uma nova frente fria nesta semana podem atrasar os trabalhos. Algumas indústrias sondam a possibilidade de antecipar entregas previstas para junho, o que evidencia preocupação com o ritmo de entrada dos lotes. O produtor não tem milho disponível ainda.
Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, o mercado segue lento, com a colheita da 2ª safra de 2025 ainda nos primeiros passos e a liquidez praticamente nula no disponível. Os preços giram entre R$ 53,00 e R$ 54,00 por saca de 60 Kg FOB, mas sem vendedores interessados nesse nível. Com o início tímido da colheita, que ainda avança em ritmo irregular, os volumes disponíveis nos armazéns são residuais. Parte significativa da produção prevista já foi comprometida em negociações anteriores. Para 2ª safra de 2026, os compradores indicam R$ 54,00 por saca de 60 Kg FOB.