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03/Jun/2025

Preços do milho pressionados e mercado travado

A colheita da 2ª safra de 2025 avança em ritmo mais firme na Região Centro-Oeste e mantém o mercado de milho sob pressão. O milho já está praticamente pronto para ser colhido em muitas áreas e as fábricas estão abastecidas até agosto. Isso mantém a pressão. Os preços são limitados pela boa expectativa de produção em Mato Grosso e pela dificuldade de escoamento a partir do interior. Os exportadores ainda não estão validando preços mais altos, o que reduz o ímpeto comprador. A visão predominante segue sendo de continuidade na pressão, com a maior parte da 2ª safra de 2025 entrando no mercado nas próximas semanas. A geada observada no fim de maio em áreas pontuais do Paraná e do sul de Mato Grosso do Sul teve pouco impacto sobre as lavouras. O câmbio segue como principal variável capaz de alterar a dinâmica do mercado. Por ora, porém, o mercado segue travado entre estoques crescentes, demanda interna contida e pouca competitividade no mercado externo.

No Paraná, os compradores estão retraídos e a colheita da 2ª safra de 2025 está avançando. A paridade de exportação, para embarque no Porto de Paranaguá, é de R$ 70,00 por saca de 60 Kg CIF. A previsão de geadas também gerou cautela no mercado, embora o impacto direto sobre o milho ainda seja limitado. A preocupação maior vem das regiões mais ao norte, onde produtores com áreas mais tardias ainda esperam algumas semanas para colher. Com o milho pronto e armazenado, os produtores que não têm urgência financeira ou necessidade de espaço adotam postura defensiva. A 2ª safra de 2025 é muito grande e quem pode vai esperar a logística de exportação apertar ou o mercado interno aquecer. A expectativa é de que os preços no porto recuem gradualmente nas próximas semanas, à medida que a colheita avança.

Em Mato Grosso do Sul, a comercialização do milho segue reduzida por parte dos compradores. A colheita da 2ª safra de 2025 começou de forma lenta e os primeiros volumes estão sendo direcionados para contratos fechados ainda no primeiro trimestre. No disponível, não há compradores ativos. A indústria está abastecida e o exportador está aguardando mais oferta para pressionar preço. Na região de Chapadão do Sul, a indicação é de R$ 56,00 por saca de 60 Kg FOB, enquanto na região de Sidrolândia, a indicação é de R$ 61,00 por saca de 60 Kg. A diferença reflete o frete e a logística regional, mas também o grau de urgência dos vendedores. Em muitas áreas, o milho ainda está em estágio crítico, e o produtor está temendo geada. Isso segura a oferta. A chegada de uma frente fria neste início de junho aumenta o risco climático sobre as áreas mais tardias. Mesmo assim, o mercado spot não reage: há excesso de cautela dos dois lados.