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28/May/2025

Preços da soja e do milho caem com Real valorizado

Segundo o Rabobank, o Real mais forte pressionou os preços de soja e milho no Brasil em maio, mas com intensidades distintas. A soja recuou 2% ante maio de 2024, enquanto o milho despencou 8% no mesmo período, evidenciando impactos diferenciados da valorização cambial sobre as duas principais commodities do País. A disparidade reflete cenários opostos no mercado externo. Enquanto as exportações de soja mantêm trajetória ascendente, com 15,3 milhões de toneladas embarcadas em abril, alta de 4% ante março, o milho enfrenta colapso nas vendas externas, com apenas 200 mil toneladas exportadas no mês, queda de 80% ante março. No acumulado do ano, a soja registra embarques 2% superiores ao mesmo período de 2024, totalizando 37,4 milhões de toneladas. O desempenho é sustentado pela safra recorde brasileira e pela mudança da China, que intensificou compras do Brasil em detrimento da soja norte-americana.

O milho, por sua vez, acumula retração de 14% nas exportações, somando 6,1 milhões de toneladas. A valorização do Real frente ao dólar constitui fator comum de pressão sobre ambas as commodities, mas com efeitos mais pronunciados no milho. A moeda brasileira mais forte reduz a competitividade externa e limita o repasse das cotações internacionais para o mercado doméstico. No caso da soja, a pressão cambial foi parcialmente compensada pela demanda externa firme e pelo redirecionamento dos fluxos comerciais globais. A China mantém papel central como compradora, representando cerca de 60% dos embarques brasileiros em meio a tensões comerciais com os Estados Unidos. Para o milho, o cenário é menos favorável. O Rabobank estima produção de 129 milhões de toneladas na safra 2024/2025, incremento de 6 milhões de toneladas ante a temporada anterior. As condições da 2ª safra de 2025 são favoráveis em todas as regiões produtoras, com chuvas de abril contribuindo para o potencial produtivo, criando perspectiva de abundante oferta interna.

A combinação de câmbio desfavorável e oferta robusta esperada pressiona tanto preços quanto exportações do cereal. A recuperação das vendas externas dependerá da evolução da competitividade frente a concorrentes como Estados Unidos e Argentina no mercado global. Os diferentes desempenhos evidenciam como fatores específicos de cada commodity podem amplificar ou mitigar o impacto cambial. Enquanto a soja conta com geopolítica favorável, o milho enfrenta cenário de abundante oferta global e competição acirrada, tornando-o mais vulnerável à valorização do Real. Para os próximos meses, ambas as commodities terão trajetórias determinadas pela evolução cambial, mas com fundamentos distintos. A soja pode manter resiliência relativa apoiada na demanda chinesa, enquanto o milho dependerá de eventual desvalorização do real para recuperar competitividade externa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.