27/May/2025
A perspectiva de uma 2ª safra de milho de 2025 ainda maior do que a prevista inicialmente intensifica a pressão sobre os preços do cereal no Brasil, enquanto a gripe aviária adiciona incerteza à demanda por ração. A colheita da 2ª safra de 2025 já começou em algumas regiões, e os dados preliminares indicam produtividade superior à esperada. A possível disseminação da Influenza Aviária, embora considerada pontual até o momento, agrava o cenário. Os embargos impostos por China e União Europeia podem gerar volatilidade e reduzir temporariamente a demanda da indústria de proteína animal.
Mesmo que o impacto ainda seja limitado, a especulação existe, especialmente no curto prazo. Se surgirem novos focos, isso pode virar fundamento. No entanto, o Brasil tem uma pauta exportadora diversificada e uma estrutura de controle sanitário eficiente. Se o foco for controlado, o efeito tende a ser temporário. Com o avanço da colheita, o milho brasileiro deve se aproximar da paridade de exportação, tornando-se competitivo no mercado externo. A expectativa é de que os embarques aumentem à medida que os estoques globais apertam e o milho nacional ganha atratividade frente aos Estados Unidos e ao Leste Europeu.
No Paraná, na região dos Campos Gerais, o mercado de milho está pressionado, com retração generalizada dos vendedores. Os compradores indicam entre R$ 62,00 e R$ 63,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento até o início de julho. O produtor ainda está com expectativa de recuperação e, por enquanto, não se interessa nesses níveis. No mercado de exportação, o foco é julho e agosto. No Porto de Paranaguá, as indicações de compra CIF estão entre R$ 69,00 e R$ 70,00 por saca de 60 Kg, para pagamento no fim de agosto.
Já os vendedores indicam entre R$ 73,00 e R$ 74,00 por saca de 60 Kg, o que mantém o mercado parado. Para 2ª safra de 2025, a indicação está entre R$ 53,00 e R$ 54,00 por saca de 60 Kg FOB interior. A paridade para o porto em agosto deve girar entre R$ 56,00 e R$ 57,00 por saca de 60 Kg CIF, mas os negócios são pontuais. O produtor capitalizado prefere esperar. A colheita vai trazer mais oferta, mas até lá o ritmo continua lento.
Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, há registro de negócios entre R$ 46,00 e R$ 48,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarques em maio e junho. Na região de Diamantino, há registro de negócios a R$ 46,00 por saca de 60 Kg. Na região de Campo Verde, há registro de negócios a R$ 48,00 por saca de 60 Kg FOB, para pagamento no fim de junho. Os produtores ainda evitam travar grandes volumes, mas os compromissos com espaço e fluxo de caixa começam a pesar. O milho disponível praticamente acabou.