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27/May/2025

Preço interno do milho deve se manter pressionado

Segundo o Itaú BBA, a perspectiva de produção elevada no Brasil e nos Estados Unidos, somada ao impacto da gripe aviária sobre a demanda interna por ração, deve manter os preços do milho pressionados nas próximas semanas. Mesmo com a redução temporária das tarifas entre Estados Unidos e China, considerada um fator altista para o mercado internacional, o cenário doméstico continuará pressionado, com quedas sucessivas nas cotações e evolução positiva da 2ª safra de 2025. Na Bolsa de Chicago, preços do milho subiram 4,6% em abril, para US$ 4,75 por bushel, impulsionados pela competitividade do cereal americano no mercado global. No entanto, na primeira quinzena de maio, devolveram toda a alta, caindo 5,5%, para US$ 4,49 por bushel. Maio seguiu com boas condições climáticas no cinturão de grãos dos Estados Unidos, permitindo o rápido avanço do plantio da safra. Até 18 de maio, o plantio nos Estados Unidos chegou a 78%, superando a média dos últimos cinco anos (73%). No Brasil, a queda foi mais acentuada.

Em Campinas (SP), o milho recuou 6% em abril, para R$ 83,59 por saca de 60 Kg, e mais 7,6% na primeira quinzena de maio, para R$ 77,20 por saca de 60 Kg. As chuvas acima do previsto em abril melhoraram o desenvolvimento das lavouras, e a expectativa de uma 2ª safra de 2025 ao redor de 105 milhões de toneladas tem aumentado a oferta futura. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), cerca de 90% das lavouras da 2ª safra de 2025 estão na fase reprodutiva, e mais de 80% estão em condições entre boas e excelentes. Com esse quadro, há um risco adicional vindo do clima. A entrada de massas de ar polar pode trazer geadas no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, o que acende o alerta para perdas localizadas. Ainda assim, o cenário geral mantém-se favorável. No front da demanda, o foco está na gripe aviária. O caso registrado no Rio Grande do Sul levou à suspensão temporária das exportações de carne de frango e pode afetar o consumo doméstico de milho para ração.

O fechamento das importações de aves brasileiras para diversos destinos pode reduzir a demanda pelo cereal no curto prazo, aumentando ainda mais a pressão sobre os preços domésticos. No relatório de maio, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou a safra brasileira de milho 2024/2025 para cima, de 126 milhões de toneladas para 130 milhões de toneladas. Para 2025/2026, a projeção é de 131 milhões de toneladas no Brasil e 53 milhões na Argentina, ambas com aumento de área cultivada. No agregado global, a expectativa é de queda de 3% nos estoques finais, para 278 milhões de toneladas. Nos Estados Unidos, a produção 2025/2026 pode alcançar 402 milhões de toneladas, com elevação de 27% nos estoques finais, para 45,7 milhões. A expectativa de maior oferta americana e brasileira deve continuar pesando sobre os preços internacionais no curto prazo, mesmo com o aumento das exportações americanas estimadas para 64,8 milhões de toneladas em 2024/2025. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.