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26/May/2025

Preços do milho pressionados no mercado interno

Ainda que de forma localizada e pontual, a colheita da 2ª safra de milho de 2025 foi iniciada no Paraná e em partes de Mato Grosso. Ao mesmo tempo, as atividades envolvendo a safra de verão (1ª safra 2024/2025) também avançam e se aproximam da reta final. Diante disso, o volume de cereal disponível para negócios está maior no mercado spot, contexto que vem pressionando as cotações. Do lado da demanda, muitos agentes, atentos a esse cenário e a estimativas indicando safra abundante, se mantêm afastados, à espera de novas desvalorizações. No mercado externo, os preços do cereal estão em alta, influenciados por relatos de chuvas em excesso na Argentina, por tempestades em regiões produtoras dos Estados Unidos e por previsões indicando possibilidade de geadas no Centro-Sul do Brasil nesta semana.

Ressalta-se que nem mesmo essa reação no valor externo é suficiente para conter as quedas de preços no mercado brasileiro. Além do clima, o setor brasileiro também está atento aos desdobramentos diante da confirmação de caso de gripe aviária em granja comercial no Brasil, que pode impactar a demanda pelo milho no médio prazo. Nos últimos sete dias, as quedas de preços são de 3,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 3% no mercado de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra recuo de 2,5% nos últimos sete dias, cotado a R$ 71,22 por saca de 60 K, somando 25 dias consecutivos de baixa. No mercado futuro, apesar do início da colheita da 2ª safra de 2025, os valores estão em alta, influenciados pelas valorizações externas e por preocupações com as condições climáticas.

Na B3, o contrato Julho/2025 tem avanço de 1,58% nos últimos sete dias, indo para R$ 63,46 por saca de 60 Kg. O vencimento Setembro/2025 registra leve alta de 0,8% no mesmo período, a R$ 64,65 por saca de 60 Kg. Nesta parcial de maio (considerando-se 11 dias úteis), apenas 32,98 mil toneladas de milho foram embarcadas pelo Brasil, ainda bem abaixo das 413,37 mil toneladas exportadas em todo o mês de maio/2024, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). No Porto de Paranaguá (PR), o preço médio apresenta baixa de 6,2% nos últimos sete dias. A colheita da 2ª safra de 2025 teve início no Paraná, nas cidades de Campo Mourão, Cascavel, Francisco Beltrão e Laranjeiras do Sul, chegando a 1% da área estadual até o dia 19 de maio, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab).

Em Mato Grosso, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que, até o dia 17 de maio, 0,1% da safra havia sido colhida. Quanto à safra de verão (1ª safra 2024/2025), a colheita tem avançado, somando 82,3% da área nacional até o dia 17 de maio, segundo a Conab, acima dos 79,2% da média dos últimos cinco anos. No Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, as atividades foram praticamente finalizadas, com as respectivas áreas colhidas somando 95% (de acordo com dados da Emater-RS do dia 22 de maio), 99,6% (Conab do dia 17 de maio) e 99% (Deral/Seab do dia 19 de maio). Os preços externos estão em alta. Apesar das boas perspectivas com relação à safra dos Estados Unidos e do bom andamento da semeadura do cereal, as preocupações com o clima e a demanda aquecida pelo cereal norte-americano elevam os valores.

Na Bolsa de Chicago, os vencimentos Maio/2025 e Julho/2025 registram avanço de 3,2% e 3,8% nos últimos sete dias, a US$ 4,63 por bushel e a US$ 4,41 por bushel, respectivamente. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana encerrada em 15 de maio, foram vendidas 1,41 milhão de toneladas de milho (sendo 1,19 milhão de 2024/25 e 218,4 mil toneladas da 2025/26), o que ficou dentro da expectativa de agentes de mercado. Além disso, houve aumento de 4,3% na produção de etanol também na semana encerrada em 16 de maio. Quanto à safra norte-americana, o USDA divulgou que, até o dia 18 de maio, a semeadura do cereal chegou a 78% da safra, contra 67% do mesmo período de 2024. Na Argentina, conforme dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a colheita avançou apenas 1,6% na semana passada, chegando a 37,8% no dia 22 de maio. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.