22/May/2025
A Agroconsult alertou para os riscos que o surto de gripe aviária pode representar para a comercialização e o consumo doméstico de milho no Brasil, mesmo diante da possibilidade de uma 2ª safra recorde em 2025, projetada em 112,9 milhões de toneladas, alta de 10,5% em relação ao ciclo anterior. O nível de comercialização da 2ª safra de milho de 2025 está em apenas 32,4%, considerado baixo para o mês de maio. O setor, diante de uma possível produção recorde, teme os impactos da gripe aviária nas exportações e no consumo interno de milho pelo mercado de proteína animal. O primeiro caso de gripe aviária em granja comercial foi confirmado na semana passada no município de Montenegro (RS), resultando na suspensão de importações de frango brasileiro pela China e União Europeia por 60 dias.
Como o milho é o principal insumo para a alimentação de aves, uma eventual redução na produção de frangos pode afetar significativamente a demanda pelo cereal. A demanda doméstica de milho é estimada em 96,7 milhões de toneladas, sustentada principalmente pelo etanol e pela cadeia de proteína animal. No entanto, a essa estimativa pode ter variações conforme o avanço do problema sanitário. As exportações, por sua vez, estão projetadas em 42,8 milhões de toneladas. O excesso de oferta, aliado ao problema sanitário, pode causar uma pressão negativa no preço do milho, no momento que há baixa comercialização, exigindo a adaptação de estratégias por parte dos produtores e agentes do setor.
A consultoria estima que, somando 1ª e 2ª safras, a produção total de milho no País deve atingir 140 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, a segunda maior da história. O recorde anterior, registrado em 2022/2023, foi de 141,8 milhões de toneladas. A expedição técnica Rally da Safra segue com seis equipes em campo até 15 de junho para avaliar as condições das lavouras em Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rondônia. Segundo o levantamento preliminar, 72% da produção de Mato Grosso e 62% da de Goiás apresentam alto potencial produtivo, enquanto os demais Estados têm bom potencial, mas dependem das condições climáticas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.