21/May/2025

A gripe aviária levou o setor de ração a desacelerar as compras de milho nesta semana, gerando pressão adicional sobre os preços em meio à proximidade da colheita da 2ª safra de 2025. No entanto, o movimento ainda é interpretado como momentâneo, sem alterar de forma estrutural o equilíbrio entre oferta e demanda. Os grandes do setor de ração pararam as compras para esperar, para ver como se resolve o problema. Isso acabou sendo negativo para o produtor de milho.

Apesar do impacto imediato, o mercado interno continua sustentado por fundamentos. Aproximadamente 70% do frango produzido no Brasil é para consumo interno. A exportação para União Europeia e China foi suspensa, mas não representam nem 20% do total exportado. A expectativa é de normalização gradual nos próximos 60 dias, se os focos forem contidos rapidamente. Ao mesmo tempo, a proximidade da colheita da 2ª safra de 2025 limita reações. A safra deve superar 105 milhões de toneladas, o que pode gerar gargalos logísticos e de armazenagem. Deverá haver pressão de oferta em junho e julho.

Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, o mercado continua com ritmo lento e preços pressionados. O milho 2ª safra de 2025 já começa a ser tratado como disponível, mas a diferença entre comprador e vendedor ainda limita os fechamentos. Os compradores indicam R$ 48,00 por saca de 60 Kg FOB, mas os produtores indicam R$ 52,00 por saca de 60 Kg. Com a colheita, a tendência é de aumento na oferta nas próximas semanas, o que pode manter a pressão.

Em São Paulo, na região de Campinas, o mercado está parado. As indicações para embarque do cereal em julho no Porto de Santos variam entre R$ 67,50 e R$ 68,00 por saca de 60 Kg CIF, para pagamento em agosto. Para pagamento em setembro, a indicação está entre R$ 65,00 e R$ 66,50 por saca de 60 Kg. No spot, a situação é ainda mais travada. Os vendedores indicam R$ 73,00 por saca de 60 Kg FOB interior, mas os compradores indicam R$ 65,00 por saca de 60 Kg.