12/May/2025
A colheita de milho da safra de verão (1ª safra 2024/2025) avança, enquanto o clima tem favorecido o desenvolvimento das lavouras da 2ª safra de 2025. Esse cenário vem pressionando as cotações do cereal, à medida que afasta compradores das aquisições de novos lotes. Esses agentes têm expectativa de que o atual movimento de desvalorização permaneça. Vale lembrar que, até meados de março, as dificuldades logísticas, a retração de vendedores e as preocupações com estoques curtos vinham mantendo os valores em patamares mais elevados e fizeram com que parte dos compradores, com receio de desabastecimento, aceitasse adquirir o milho a preços maiores. No entanto, desde abril, o cenário mais favorável no campo tem mantido compradores afastados do spot e os preços, em queda. Neste começo de maio, as desvalorizações externa e do câmbio, que reduzem a paridade de exportação, reforçam a pressão sobre os valores domésticos. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra recuo de 5,2% nos últimos sete dias, a R$ 75,93 por saca de 60 Kg. São 15 dias úteis de baixa consecutiva.
Nos últimos sete dias, as desvalorizações são intensas. O preço do milho tem baixa de 2,3% no mercado de balcão (valor pago ao produtor) e de 4,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas), com as quedas mais representativas (acima de 10%) sendo verificadas em localidades da Região Centro-Oeste, como Dourados (MS), Chapadão do Sul (MS) e Sorriso (MT). Na B3, as cotações são pressionadas pela proximidade da colheita da 2ª safra de 2025, que, nesta temporada, deve registrar melhora na produção. Com isso, o vencimento Maio/2025 apresenta queda de 3,16% nos últimos sete dias, cotado a R$ 73,93 por saca de 60 Kg; o contrato Julho/2025 tem baixa de 3,8%, a R$ 64,73 por saca de 60 Kg; e o Setembro/2025 registra desvalorização de 3,1%, a R$ 66,65 por saca de 60 Kg. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 178,34 mil toneladas de milho em abril, quase o triplo (170%) do volume embarcado em abril/2024. A maior produção nesta temporada pode manter o escoamento externo mais intenso neste ano.
Quanto ao preço no spot, nos últimos sete dias, a queda é de 1,7% no Porto de Paranaguá (PR). No campo, o desenvolvimento das lavouras da 2ª safra de 2025 segue satisfatório, com pontuais relatos de fatos negativos, como secas em áreas do Paraná. Com isso, agentes seguem apostando em produção superior à de 2024. Em Mato Grosso, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) elevou a sua estimativa de produção de 2024/2025 para 48,88 milhões de toneladas, 3,63% acima da temporada anterior, como resultado sobretudo do aumento de 4,5% da área estadual. Quanto à safra de verão (1ª safra 2024/2025), a colheita chegou até o dia 3 de maio a 73,3% da área, acima dos 71,4% da média das últimas cinco temporadas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) divulgados no dia 5 de maio apontam que a colheita do milho da safra de verão (1ª safra 2024/2025) do Paraná chegava a 99% da área. No Rio Grande do Sul, segundo números da Emater-RS do dia 8 de maio, a colheita de milho atingiu 92% da área, acima dos 85% da média das últimas cinco safras.
Em Santa Catarina, os trabalhos de campo chegaram a 98%, conforme dados da Conab do dia 3 de maio. O bom avanço da semeadura nos Estados Unidos e previsões de clima favorável à semeadura no Meio Oeste do país, que pode resultar em safra recorde, pressionam os valores externos do milho. Na Bolsa de Chicago, os vencimentos Maio/2025 e Julho/2025 registram recuo de 5%, a US$ 4,39 por bushel e US$ 4,47 por bushel, respectivamente. No dia 5 de maio, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que 40% da safra 2024/2025 norte-americana de milho já havia sido semeada, contra 39% na média dos últimos cinco anos e 35% na comparação com o mesmo período de 2024. Agentes acreditam que o clima favorável deve fazer com que a semeadura atinja mais de 50% nos próximos dias. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires do dia 8 e maio, a colheita somava 34,9% na semana passada, avanço de 3,6% em sete dias. A estimativa de produção segue em 49 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.