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05/May/2025

Preços do milho recuam com demanda enfraquecida

A demanda enfraquecida mantém os preços do milho em queda no mercado brasileiro. Os consumidores priorizam a utilização dos estoques e aguardam novas desvalorizações, fundamentados na possibilidade de uma boa colheita na 2ª safra de 2025. Com o clima favorável, o desenvolvimento das lavouras é considerado satisfatório na maior parte das regiões, e a produção deve crescer em relação à temporada anterior. Apesar de as atenções de vendedores estarem voltadas ao desenvolvimento da safra, estes agentes seguem mais flexíveis nas negociações, seja nos valores ou nos prazos de pagamento. Esse comportamento também pode estar relacionado a um receio de novas quedas nos preços, considerando-se o atual cenário de oferta maior, clima favorável e demanda enfraquecida. Neste contexto, o ritmo de negócios está lento no mercado interno.

O Indicador ESALQ/BM&F, referente à região de Campinas (SP), acumulou baixa de 8,6% em abril, fechando o mês a R$ 80,13 por saca de 60 Kg, o menor patamar desde 18 de fevereiro deste ano. Nos últimos sete dias, especificamente, a queda é de 1,8%. A média mensal de abril também registrou forte queda em relação à do mês anterior, de 6%, mas, no comparativo anual, observa-se significativa valorização, de 40%, em termos nominais. Nos últimos sete dias, o milho registra desvalorização de 3,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,2% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No acumulado do mês de abril, as quedas foram de respectivos 8,4% e 6%. No mesmo sentido, os contratos negociados na B3 estão pressionados pelas boas expectativas das safras do Brasil (atualmente em desenvolvimento) e nos Estados Unidos (com a semeadura avançada).

Com isso, o vencimento Maio/2025 tem baixa de 0,82% nos últimos sete dias, a R$ 76,34 por saca de 60 Kg. O contrato Julho/2025 registra recuo de 1,8%, a R$ 67,29 por saca de 60 Kg, e o Setembro/2025 se desvalorizou 2,8%, a R$ 67,78 por saca de 60 Kg. Os embarques brasileiros de milho seguiram firmes em abril, refletindo os negócios antecipados do cereal. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que, na parcial do mês de abril (considerando-se 17 dias úteis), o volume exportado soma 141,05 mil toneladas, já superando em expressivos 113% o de abril/2024. Tipicamente, as exportações de milho não são o foco do mercado neste momento, no entanto, a quantidade escoada em março e em abril de 2025 surpreende agentes. Vale lembrar que a maior produção em 2025 pode elevar os embarques brasileiros, mas, até o momento, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a exportação totalize 34 milhões de toneladas, abaixo das 38,5 milhões de toneladas embarcadas em 2024.

Quanto aos preços, no spot, têm baixa de cederam 0,1% no Porto de Paranaguá (PR) nos últimos sete dias, pressionados pelo ritmo enfraquecido dos negócios no spot e pelas desvalorizações do dólar e externa. Até o momento, as lavouras da 2ª safra de 2025 apresentam bom desenvolvimento, devido ao clima favorável. Em Mato Grosso, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima que a produção estadual será de 47,04 milhões de toneladas, volume próximo ao do ano anterior (47,17 milhões) e da estimativa de março (46,94 milhões de toneladas). No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontou forte recuperação de 26% entre a safra anterior e a atual, com a produção devendo atingir 16,2 milhões de toneladas. Quanto à safra verão (1ª safra 2024/2025), a colheita chegou até o dia 26 de abril a 71,9% da área, acima dos 68,1% da média das últimas cinco temporadas, segundo a Conab.

Os estados de São Paulo e Paraná já finalizaram a colheita até essa data. Em Santa Catarina, os trabalhos de campo chegaram a 97%, conforme dados da Conab do dia 19 de abril. No Rio Grande do Sul, restam apenas 10% das lavouras para serem colhidas, segundo o relatório da Emater-RS do dia 30 e abril. Nos Estados Unidos, os futuros acumulam novas quedas, pressionados pelo bom avanço da semeadura no país. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a semeadura somou 24% da área esperada até o dia 27 de abril, contra 25% no mesmo período do ano passado e acima dos 22% da média dos últimos cinco anos. Com isso, nos últimos sete dias, na Bolsa de Chicago, os vencimentos Maio/2025 e Jul/2025 registram recuos de 1,6% e 1,4%, a US$ 4,64 por bushel e US$ 4,72 por bushel, respectivamente. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.