28/Apr/2025
Os consumidores de milho se mantêm afastados do mercado spot nacional, à espera de melhores oportunidades para adquirir novos lotes. Os vendedores, por sua vez, se mostram mais flexíveis nas negociações, sobretudo diante das boas expectativas para 2ª safra de 2025. A maior parte das lavouras apresenta bom desenvolvimento, favorecida pelo retorno das chuvas em volumes suficientes para manter a umidade dos solos. Nesse cenário, os valores domésticos do milho continuam em queda e o ritmo de negócios, lento. Ressalta-se que essa menor liquidez tem sido verificada mesmo com o preço do milho se mostrando mais atrativo que o da soja. Considerando-se as médias da parcial de abril do milho e da soja comercializados em Sorriso (MT), a oleaginosa está 57% mais valorizada que o cereal, enquanto o mais atrativo ao produtor seria que o valor da soja estivesse próximo do dobro do registrado para o milho.
O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra recuo de 2,3% nos últimos sete dias, cotado a R$ 81,60 por saca de 60 Kg, acumulando seis dias consecutivos de queda e voltando ao patamar nominal de fevereiro deste ano. Nos últimos sete dias, a baixa é de 0,3% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 1,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Nos últimos sete dias, as maiores desvalorizações são observadas em Campo Grande (MS), em Ponta Grossa (PR) e em Rondonópolis (MT), de respectivos 4,3%, 3,9% e 3,8%. Na B3, no mesmo intervalo, o vencimento Maio/2025 se mantém praticamente estável (+0,09%), a R$ 76,97 por saca de 60 Kg, enquanto o contrato Julho/2025 apresenta desvalorização de 2,8%, passando para R$ 68,55 por saca de 60 Kg. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que, em 13 dias úteis de abril, foram embarcadas 123,09 mil toneladas de milho, incremento de 3 mil toneladas entre a segunda e a terceira semanas deste mês.
O volume escoado na parcial de abril já está acima das 66,13 mil toneladas registradas em todo mês de abril/2024. Quanto aos preços, o milho negociado no Porto de Paranaguá (PR) apresenta baixa de 1%. Com a semeadura da 2ª safra de 2025 finalizada no Brasil, os produtores estão com as atenções voltadas às condições das lavouras. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou em seu relatório do dia 22 de abril que as chuvas ajudaram a amenizar a escassez hídrica de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e trouxeram umidade aos solos do Paraná, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Piauí. Para a safra de verão (1ª safra 2024/2025), atualmente em período de colheita, as chuvas também amenizaram algumas perdas das lavouras que foram castigadas pelo tempo seco em março. A área colhida chegou, até o dia 19 de abril, a 68,2% da área nacional, acima dos 63,4% na média dos últimos cinco anos.
Entre os principais produtores, no Paraná, a área colhida até o dia 22 de abril chega a 98%, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Em Santa Catarina, os trabalhos de campo somam 95,7% da área, de acordo com dados da Conab do dia 19 de abril. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, a prioridade com a soja tem reduzido o ritmo da colheita do cereal, que avançou apenas 1% entre os dias 17 e 24 de abril, chegando 89% da área estadual. Nos Estados Unidos, os futuros acumulam queda nos últimos sete dias, pressionados por estimativas indicando rápido avanço na semeadura naquele país e pelas boas perspectivas para as safras da Argentina e do Brasil. As baixas, no entanto, são contidas por preocupação com chuvas em regiões norte-americanas produtoras do cereal, com foco em Iowa, que podem desacelerar os trabalhos de campo.
Na Bolsa de Chicago, os vencimentos Maio/2025 e Julho/2025 registram baixas de 1% e 1,2%, a US$ 4,77 por bushel e US$ 4,84 por bushel, respectivamente. Nos Estados Unidos, a semeadura apresentou forte avanço de acordo com o relatório semanal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), chegando a 12% da área da atual até o dia 20 de abril, avanço semanal de 8% e acima dos 11% registrados em 2024 e dos 10% na média dos últimos cinco anos. Na Argentina, a colheita que avança. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, até o dia 24 de abril, quase 30% da área nacional havia sido colhida, progresso semanal de 1,7%. Quanto às condições das lavouras, 80% delas estão boas, contra 78% da semana anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.