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22/Apr/2025

Preços do milho pressionados no mercado interno

Os preços internos do milho estão em baixa na maior parte das regiões, após terem apresentado leve recuperação. A pressão sobre os valores vem da postura retraída de parte dos compradores, que, agora, prefere consumir os estoques e se afastar das aquisições no spot, à espera de desvalorizações. Os demandantes ativos no spot ofertam preços menores nas compras de novos lotes. Do lado dos vendedores, muitos estão focados nos trabalhos de campo e mostram certa flexibilidade nos valores e prazos para negociações. No campo, os produtores seguem atentos ao clima e à previsão de retorno das chuvas, o que, por sua vez, pode aliviar as preocupações com os possíveis impactos do tempo seco em março em parte das regiões de 2ª safra, como localidades do Paraná e de Mato Grosso do Sul. Neste contexto, as negociações são pontuais. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) apresenta queda de 2,1% nos últimos sete dias, cotado a R$ 83,78 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços registram queda de 0,7% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 0,9% no mercado de lotes (negociação entre empresas).

Na B3, o vencimento Maio/2025 apresenta forte desvalorização de 4,4% nos últimos sete dias, passando para R$ 77,02 por saca de 60 Kg, influenciado pela melhora do clima, que favorece o desenvolvimento da 2ª safra de 2025. Por mais um mês, os embarques seguem aquecidos, refletindo as compras antecipadas do cereal, já que, no spot nacional, o volume de negócios está lento. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em nove dias úteis de abril, foram embarcadas 120,35 mil toneladas de milho, bem acima das 66,13 mil toneladas registradas em todo o mês de abril/2024. Quanto aos preços no spot, o milho negociado no Porto de Paranaguá (PR) acumula desvalorização de 0,8% nos últimos sete dias. Os valores das negociações para entrega futura estão em alta. Nesta parcial de abril, os preços médios no Porto de Paranaguá para entregas em agosto/2025 e em setembro/2025 estão 4,5% e 4,8%, respectivamente, acima dos observados em março, o que sinaliza que a demanda internacional pelo cereal brasileiro pode resultar em novas reações nas cotações.

A semeadura da 2ª safra brasileira de 2025 foi finalizada, segundo aponta o relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado no dia 14 de abril, e as condições das lavouras são apontadas como boas na maior parte das regiões. A colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) avança e soma 65,5% da área nacional, acima dos 60,3% da média dos últimos cinco anos. No Paraná, até o dia 14 de abril, a colheita somava 97% da área, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Em Santa Catarina, os trabalhos de campo chagam a 94,6% da área; e, no Rio Grande do Sul, a 86%, de acordo com dados da Conab do dia 12 de abril. Nos Estados Unidos, os futuros registraram pequenas altas, influenciados pela expectativa de demanda pelo cereal norte-americano, tendo em vista que o maior comprador de milho norte-americano é o México, que, por sua vez, está isento de tarifas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontou que as exportações em 2024/2025 estão 30% maiores que as do ciclo anterior.

Preocupações com o pequeno atraso na semeadura nos Estados Unidos também elevam os valores externos do cereal. No entanto, as altas são limitadas pelo movimento de realização de lucros, após os avanços da semana anterior, pela finalização da semeadura da 2ª safra de 2025 no Brasil e pelo bom andamento da colheita de safra de verão (1ª safra 2024/2025) brasileira. Com isso, na Bolsa de Chicago, os vencimentos Maio/2025 e Julho/2025 têm leve alta de 0,26% e 0,61%, a US$ 4,84 por bushel e US$ 4,91 por bushel, respectivamente. Nos Estados Unidos, de acordo com o relatório semanal do USDA, 4% da área da atual temporada havia sido cultivada até o dia 13 de abril, contra 6% no ano passado e 5% na média dos últimos cinco anos. Na Argentina, a colheita chegou, até o dia 16 de abril, a 28% da área nacional, avanço semanal de 4,9%, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.